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Agronegócio: Mulheres têm reajuste real de 57% de 2004 a 2015.

Cepea aponta, no entanto, que elas ainda recebem 27% menos do que os homens que atuam no setor.

Mulheres que trabalham na agricultura ainda ganham 27% menos que os homens - Giovanni Bello/Folhapress

As mulheres que atuam no agronegócio tiveram aumento real de 57% de 2004 a 2015.

Apesar desse crescimento, elas ainda têm remuneração inferior à das mulheres que atuam em outros setores da economia e à dos homens do agronegócio.

A avaliação é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), ligado à Esalq/USP. Com essa divulgação, o órgão conclui uma série de três estudos relativos à participação da força feminina no agronegócio.

Como mostraram os estudos anteriores, a participação das trabalhadoras na atividade cresceu, bem como a presença maior delas em postos de melhor remuneração, principalmente para as mulheres com mais de 30 anos e com curso superior.

Nesse terceiro estudo de “Mulheres no Agronegócio”, o Cepea aponta que a renda média de 2015 superava em 57% a de 2004, em termos reais.

Apesar dessa evolução, o rendimento médio feminino foi 27% inferior ao do dos homens no período.

Mesmo a mão de obra feminina apresentando atributos que justifiquem melhor rendimento, os homens recebem salário maior.

Há evidências de uma prática no mercado de precificar atributos observáveis de maneira diferente, levando em consideração, por exemplo, se o trabalhador é do sexo feminino ou masculino, aponta o estudo.

As mulheres do agronegócio perdem também para as de outros setores da economia. A remuneração média das que atuam no agronegócio, na agroindústria e no setor de agrosserviços foi 37% inferior à obtida por trabalhadoras de outras atividades.

O estudo mostrou que escolaridade, idade e região de atuação são importantes na remuneração final.

As mulheres com até 13 anos de estudo tiveram rendimento 155% superior ao das sem instrução. Carteira assinada também influencia.

A evolução positiva do ganho passa, ainda, por regiões como as do Sul e do Centro-Oeste, onde se paga mais do que no Norte e no Nordeste.

Folha de S.Paulo

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