Tempo - Tutiempo.net

BRF: para 2019 foco é excelência operacional

FOTO: divulgação

Em evento organizado pela companhia, executivos comentaram a expansão do acesso a mercados internacionais

O CEO da companhia de alimentos BRF, Pedro Parente, afirmou nesta segunda-feira (8/10) que a estratégia da empresa traçada desde sua entrada, neste ano, será executada em “ondas”, ou seja, em etapas.

“Para 2019, o foco é excelência operacional e reversão da queda de margens”, destacou o executivo na abertura do BRF Day, evento direcionado a investidores, na capital paulista.

Para 2020, segundo o CEO, a companhia pretende consolidar os fundamentos já existentes e retomar os níveis históricos de margens.

“E para 2021, a meta é o crescimento inorgânico, não só com eventuais aquisições, mas por meio da obtenção de margens acima das médias históricas”, afirmou Parente.

Ele ainda lembrou que a BRF só vai conseguir ter margens expressivas se utilizar o animal como um todo.

O COO da companhia, Lorival Luz, explicou que a estratégia de utilização do animal em sua totalidade se dá por meio da gestão “push and pull”, onde o todo prevalece sobre as partes.

Com isso, a meta é evitar crescimento dos níveis de estoques. “Sabemos que a companhia tem ciclos, devido ao ramo de atuação, e precisamos de uma estrutura de capital adequada”, lembrou Luz, ao citar o plano de desinvestimentos que está em curso e visa ajustes operacionais e financeiros para a empresa.

“Teremos um perfil de dívida mais alongado que permitirá passarmos por estes ciclos sem riscos de liquidez e sem prejuízo aos planos de crescimento da companhia”, acrescentou. Para Luz, a rentabilidade nas margens projetada por Parente virá com uso adequado das marcas e inovação nos produtos.

“Não vamos perder de vista a grandeza da nossa empresa. Somos a maior exportadora de frango do mundo”, enfatizou o CEO.

Inovação

No mesmo evento, o vice-presidente da companhia de alimentos no Brasil, Sidney Manzaro, disse que o ganho de margens e a rentabilidade da BRF no país virão através da inovação, com incremento no portfólio, e agregação de valor aos produtos já existentes.

No segmento de frangos, um dos aspectos que será tratado de maneira mais adequada é a embalagem, focando na praticidade.

Já nos suínos, a companhia pretende avançar tanto no lançamento de novos produtos, quanto em valor agregado.

“Vamos incentivar o consumo de suíno”, ressalta o executivo. Em relação aos subprodutos destas categorias, Manzaro destaca os frios.

“O objetivo é crescer em volume e alavancar os fatiados para que representem 25% do portfólio”, ressaltou. Em congelados, a ideia é ter incremento de 20% em receita com inovação dos produtos. Em embutidos, a BRF pretende avançar com agregação de valor, e nas margarinas, aumentar a rentabilidade.

“Por meio de nossos parceiros, o food service também será tratado como mais uma plataforma estratégica para a empresa”, ressaltou Manzaro.

Halal

Dentre as operações internacionais da BRF, uma das prioridades para o segmento Halal da empresa é consolidar a liderança no mercado turco, avaliou o vice-presidente de Halal, Patrício Rohner.

Também durante o BRF Day, o executivo destacou que a Turquia é um país estratégico, com Produto Interno Bruto (PIB) per capita em um patamar interessante, mas não tem indústria desenvolvida. “Depois da Arábia Saudita, a Turquia foi um grande desafio e estamos fazendo um trabalho muito bom”, disse.

Especificamente no mercado árabe, a meta é reforçar a atuação na produção local e ganhar market share no segmento de resfriados. Para Halal como um todo, o objetivo é reforçar a presença nas marcas e em produtos de valor agregado.

Internacional

O vice-presidente da área internacional da BRF, Simon Cheng, comentou que a companhia pretende expandir o acesso a mercados lá fora. “Faremos um esforço enorme para a reabilitação das exportações para a Europa”, enfatizou.

Além disso, está entre os planos a otimização do portfólio.

“Desenvolver produtos com especificações que atendam o maior número possível de mercados. Embalagens trilíngues que me deem capacidade de acessar 30 países, ao invés de 5, o que dilui o risco quando há o fechamento de um determinado mercado”, explica Cheng.

Ainda de acordo com o executivo, a companhia deve investir em distribuição local e força de vendas.

“Temos presença comercial em mais de 30 países, precisamos usar e alavancar isso”, acrescentou.

PA

 

OUTRAS NOTÍCIAS