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Milho e soja perderam R$ 10 bilhões com tabela de frete

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima que a fixação dos preços dos fretes causaram prejuízos de R$ 10 bilhões para os setores de milho e soja, em 20 dias.

Segundo a entidade, com a tabela vigente, o valor do frete subiu, em média, 50% em relação aos valores praticados antes da paralisação dos caminhoneiros. Os dados foram apresentados para o ministro Luiz Fux do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 4ª feira (20.jun.2018).
A CNA estima que 6,8 milhões de toneladas de soja e farelo deixaram de ser exportadas, pois não foram transportadas até os portos. A falta de escoamento pode refletir em prejuízos para os próximos meses e  dificultar o recebimento da próxima safra de milho e trigo.

A tabela de frete foi 1 dos benefícios concedidos pelo governo federal para pôr fim a greve dos caminhoneiros, que se estendeu por 11 dias e causou uma crise de abastecimento no país. Entretanto, não há consenso sobre o assunto.

O ministro do STF recebe representantes dos setores da agricultura, da indústria, empresários do ramo de transportes de cargas e caminhoneiros para audiência de conciliação sobre a medida. Também participam a advogada geral da União, Grace Mendonça e Paulo Gonet, subprocurador-geral da República.

SETOR PORTUÁRIO: PREJUÍZO DE R$ 135 MI
Além de prejuízos para o setor de grãos, a medida também causou perdas no setor portuário. Os prejuízos, segundo a CNA, atingem, em média, R$ 135 milhões.

Segundo a confederação, cerca de 60 navios estão parados. A paralisação de uma embarcação gera prejuízo de R$ 112,5 mil por dia.

PESO NA CONTA DO CONSUMIDOR
As dificuldades de transporte também podem refletir nos preços dos alimentos no supermercados. A CNA estima que a carne de frango pode ficar até 45% mais cara. Enquanto, o leite pode subir 50%.

A tabela de frete afeta itens essenciais na mesa dos brasileiros: o arroz e feijão. Cerca de 50% do arroz para exportação está represado nos portos. O transporte do grão pelas rodovias aumentou até 50% no mercado interno. Para o consumidor, o  produto ficará 10% mais caro, segundo a CNA. Já o preço do feijão pode subir de 15% a 20%.

Marlla Sabino

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