Já publiquei algumas matérias sobre a Maçonaria, umas tantas fruto de pesquisas, outras de posições pessoais sobre a Grande Maçonaria Mista da Bahia. E nesse contexto, de forma pálida, ouso enveredar mais um pouco na emocionante história Maçônica.
Aprendi em meus estudos que a Maçonaria se define, conforme a sua Constituição. No seu artigo primeiro como uma instituição caritativa; filantrópica; filosófica e progressista, tendo como objetivo a procura da verdade; o estudo da moral e a prática da solidariedade, trabalhando incansavelmente pelo aperfeiçoamento material, moral, intelectual e social da humanidade.
Descobri também que a história da Maçonaria se divide, circunstancialmente, em sete partes.
A primeira. É o período mais remoto, surge quando o homem brota das cavernas precisando unir-se aos seus semelhantes, para que se ajudando mutuamente, iniciem um combate ao despotismo, ao egoísmo e a tirania dos dominadores.
Portanto a Maçonaria nasceu de uma grande necessidade da união e associação entre os homens primitivos.
Entretanto, precisamos lembrar que a primeira instituição civilizadora foi a dos “magos”, na Pérsia. Os caldeus e os hebreus fundaram uma instituição onde o objetivo maior era conservar as tradições intelectuais e formar um corpo religioso visando conter os impulsos bestiais dos homens.
Foram os magos os construtores da civilização egípcia.
Depois chegaram os Essênios que terminaram marcando a decadência romana, de onde surgiu a figura magnânima de Jesus Cristo, trazendo a palavra divina que fustigou o apodrecido sacerdócio do seu tempo e lançou através do exemplo, do perdão, da misericórdia e do altruísmo, os fundamentos de um novo mundo.
A segunda. De quando tive início as sociedades organizadas e a construção do Templo de Salomão, 10 anos A.C.
A terceira. Pode-se afirmar que vem da construção do Templo de Salomão passando pela Ordem dos Essênios, Budistas e outros.
É preciso lembrar que a Ordem dos Essênios foi a mais rigorosa, seus mistérios se opunham à idolatria e determinavam que a benevolência, a filantropia, e amor à pátria fossem sagrados.
Os iniciados nesses mistérios viviam como irmãos e a iniciação era muito difícil ser concedida. Os candidatos eram obrigados a uma experiência de três anos.
Passados os três anos, antes de ser admitido prestavam juramento de servir a Deus, amar e proteger os bons, além de guardar fielmente os segredos da Ordem.
Os Essênios acreditavam na unidade de Deus, na imortalidade da alma e numa vida futura. Existem comentários, nunca provados, que Jesus Cristo se iniciou nessa Ordem.
A quarta. Caminhamos da Ordem dos Essênios à formação das Cruzadas com todas as suas consequências.
O objetivo das Cruzadas, que foram em número de quatro, era defender o Santo Sepulcro.
No primeiro o comando era de Godofredo de Bouillon, que venceu após uma guerra sangrenta de três anos, com perda de quase 100.000 homens, – quase todo o seu exército de expedicionários.
Pela vitória lhe foi oferecido à coroa de ouro do Reino de Jerusalém, Godofredo recusou dizendo: “não posso receber uma coroa de ouro onde Cristo recebeu uma de espinho.” Ele contentou-se com o título de defensor do Santo Sepulcro (1099).
Esta Cruzada deu origem à militarização dos Hospitalários de São João de Jerusalém (1100) e à criação da Ordem dos Templários (1118), cujos membros se distinguiram, por grandes atos de bravura na Palestina. Os Templários combatiam os infiéis e protegiam os peregrinos.
A quinta. Pode ser considera das Cruzadas aos Templários e sua transformação em Templo Maçônico, e a criação do jesuitismo. Quando o infame Inácio de Loiola, traiu e abandonou os
Templários para fundar a Companhia de Jesus, que de Jesus não tinha nada, a não ser o nome.
A sexta. Tem como início o fim dos Templários, no século XVI e vai até a “Revolução Francesa”, em 14 de julho de 1789. Foi dessa revolução de liberdade que surgiu o grande lema da Maçonaria: ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’, além da Declaração dos Diretos do Homem. Essa foi também mais uma grande vitória da Maçonaria.
A sétima. Da Revolução Francesa aos nossos dias. Existe um registro histórico que é de vital importância para a Maçonaria.
É nesse período que mais se pergunta qual é a doutrina política da Maçonaria?
O que temos como resposta!
Lendo Manuel Arão encontrei a resposta mais sensata. “A Maçonaria põe o ideal acima do homem, põe a humanidade acima do indivíduo… Ela, como escola de sabedoria, diz a cada um: O homem não se pertence, nem pertence aos grupos, nem aos partidos, nem, em última análise, à pátria. Ele pertence à humanidade, cujo progresso uniforme e coletivo é o seu próprio, e a sua suprema razão, no drama da criação.”
Portanto, vivemos dois fatos máximos dos últimos tempos na Maçonaria: A queda da Bastilha e a queda da Inquisição. Na Bastilha proclamamos os direitos do homem, que estavam vilipendiados pela tirania secular. No segundo se proclamou a liberdade de consciência, que estava completamente amordaçada pelo processo vegetativo de três séculos de dor, tortura e morte, sob o inominável despotismo dos “Autos de Fé.”
Outra pergunta que poderia ser feita: Qual a autêntica filosofia Maçônica?
Continuo com a resposta do sábio Manuel Arão que diz. “Pelo mesmo princípio que, na política, a Maçonaria visa à universalidade, na filosofia, ela procede pela exclusividade dos dogmas. A sua verdade absoluta é Deus.”
Alguém me perguntou em certa ocasião qual seria o critério Maçônico diante de outras religiões?
A resposta encontrada em minhas pesquisas e estudos foi a seguinte: “É a norma puramente científica. A ciência, como o verdadeiro sábio, acolhe toda demonstração nova, nada rejeita que a razão possa colher; nada condena que seja passível de estabelecer um novo aspecto da lei já conhecida. Quem assim não procede, Não merece o nome de sábio.”
Mas os Maçons são livres para processar o seu credo religioso?
Claro. Com certeza absoluta. São livres para processar a sua Fé. Apenas, como Maçons, se obrigam a nada ensinar nem pregar, que seja contrário aos princípios da Ordem. O bem, a verdade, a justiça e a lealdade.
Já a moral Maçônica resulta dos princípios positivos de sua ação e se apoiam em uma tríplice modalidade de processo que forja o Maçon nos seus preceitos de ordem política e filosófica, como: Solidariedade, trabalho e assistência.
Fiquemos todos nós, da Grande Maçonaria Mista da Bahia, conscientes de que: A cada erro cometido um mal nos atinge, como de cada bem praticado uma recompensa existirá. De modo que a noção do bem e do mal está dentro de nós, e dessa forma quando os utilizamos não fazemos aos outros, fazemos a nós mesmos.
Fonte: Carlos Lima