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ELEIÇÕES, ONTEM E HOJE

Desde 1982 vivencio campanhas políticas. De lá pra cá, elas perderam importantes peças, como camisetas, bonés, botons e até showmícios com os mais badalados artistas da época

Acompanhando o horário político gratuito no rádio e na TV, percebi uma discreta mudança no comportamento dos candidatos. Desde 1982 vivencio campanhas políticas. De lá pra cá, as campanhas perderam importantes peças, como camisetas, bonés, botons e até showmícios com os mais badalados artistas da época.

Muita vezes as pessoas iam aos comícios mais para ver o seu artista preferido do que propriamente o político em si. Nas grandes cidades, ruas eram fechadas, faixas e bandeiras de todos os tamanhos tomavam conta da multidão, que estava ali para assistir a mais um show, só que agora de graça. E que graça havia… Entre uma canção e outra o cantor recordava: “Não se esqueça, no dia 15 de outubro, vote em fulano de tal dos bolsos furados”. Não dava outra, o candidato com o maior poder aquisitivo, que contratou a maior atração, acabava caindo nas graças do povo sendo o mais votado.

Hoje nada disso existe mais. As promessas e compromissos mudaram, acabaram com “as bocas de urnas” e restringiram as doações de campanha, fatos relevantes impostos pelas novas regras eleitorais vigentes e que tornam as campanhas mais limpas e competitivas.

A lei eleitoral ficou mais rígida. Naquela época exista um tal “transporte de urna”, que nada mais era do que o deslocamento das urnas( de madeira), para as grandes sedes eleitorais. E o que acontecia nesse transporte? Coisas que até Deus duvida, mas acontecia.

O mais comum era o emprenhamento (inserção de votos previamente marcados) nas urnas , ou seja, nesse “bendito transporte”, aconteciam a desova dos votos verdadeiros, pela troca de votos falsos para beneficiar candidato A ou B. Um caso bastante notório, foi numa pequena cidade do interior do Maranhão, onde determinado candidato nunca havia pisado e foi “milagrosamente” muito bem votado. Também teve “otoridade” que ganhou caminhonete e apartamento para, digamos, ” fazer vista grossa” ou “dar uma de joão sem braço” para algum tipo de irregularidade eleitoral.

Numa determinada eleição, um velho conhecido meu teve 16 mil votos roubados num transporte de urna (em 1986), o que ocasionou a perda de um mandato garantido para deputado estadual e o fez abandonar de vez a vida pública. Isso é grave, mas naquela época, tudo era muito fácil e os recursos jurídicos, difíceis. O que tornava a eleição excessivamente bem menos transparente do que hoje.

Pois bem, vi governadores dormirem eleitos e festejarem o sonho da vitória, mas ao acordarem, viveram a realidade do pesadelo de meros candidatos derrotados.

Hoje, com tudo digitalizado, ficou “quase impossível” burlar as leis em benefício de quem quer que seja. Mas para um bom hacker do século XXI, invadir um sistema “super-protegido” como o da Casa Branca, nos EUA, é apenas adentrar a caixinha de e-mail da secretária do colégio. Não creio que exista um sistema extremamente blindado. Isto não quer dizer que esteja sendo colocando em dúvida o sistema desenvolvido pelos TRE´s ou TSE´s da vida, de forma alguma. Com a biometria e os novos recursos que a tecnologia forneceu, o sistema brasileiro é, sem dúvida, o mais moderno, confiável e seguro do mundo. O que garante uma eleição rápida e legítima.

Chegamos até aqui para saber: qual o seu critério de voto hoje em dia? Em muitos casos, as pessoas votam por comodidade ou porque tem vínculo familiar ou empregatício com determinados candidatos. Em outros, há os que votam em quem promete empregos ou algum tipo de benefício, para a família, rua, bairro ou comunidade. Indo mais adiante, tem casos que votam por empatia, por achar determinado candidato(a) bonito(a). Um grande erro, porque beleza, no ditado popular, “não põe mesa”.

Tenho percebido que são poucos (ou quase raros) os que votam por acreditar no programa, nos projetos e ações desse ou daquele político. Raros ainda os que votam por ideologia, por partidarismo. Ou seja, sem nenhum interesse escuso por trás. Tem aqueles que votam no “mais cotado nas pesquisas”, para não perder o voto. Perder? Ninguém perde voto, se o seu candidato não for eleito, ele é quem perderá alguma coisa, não você.

A classe política está bastante desgastada e desacreditada nos últimos tempos. As velhas raposas não querem largar o poder de maneira alguma, em detrimento aos jovens idealistas, que sonham em contribuir para uma vida melhor e mais justa em suas cidades.

Creio que haverá (nessas eleições em particular) uma renovação entre 70% e 80% (com margem de erro de 10% para mais ou para menos) nas Assembleias Legislativas e Congresso Nacional brasileiros. E nos estados da federação não será diferente, quem não trabalhou, não será reeleito(a) ou fará seu sucessor(a). São tantas pesquisas encomendadas que a cada novo resultado, dezenas de nós são atados nas cabeças dos eleitores.

Para conseguir fazer uma boa escolha, desenvolvi critérios de votação:

1- Utilizou o seu mandato para trabalhar e melhorar a vida do povo, eu voto.

2- Fez um mandato inexpressivo e quer uma nova oportunidade de se redimir, não voto.

3- Está em primeiro lugar nas pesquisas, mas não tem boas propostas, não voto.

4- Tem propostas exequíveis e viáveis a médio/curto prazo, eu voto.

5- Propostas mirabolantes, exageros e muito marketing político, não voto.

Para finalizar, com tanto pão e circo, que o povo brasileiro viu nesses três meses de campanha, o cidadão tem o dever e o direito de votar em alguém. Sou contra o voto de protesto e… (SIC) o voto nulo. Você quer protestar? Que bom, chegou a hora!

Exerça a sua cidadania votando no candidato que melhor lhe represente na Assembléia, na Câmara, no Senado, no Governo do seu Estado ou na Presidência da República. Chegou a sua vez de dar o troco, no mau político. Chegou a hora de retribuir o voto de confiança em quem trabalhou por você e deletar, quem só se beneficiou as custas dos cofres públicos.

Faça o seu julgamento, analise a gestão, seja crítico, mas vote de preferência consciente. O Brasil evoluiu bastantes nos últimos 12 anos e alcançamos lugares inimagináveis no cenário mundial. Hoje saímos do parco terceiro mundo e já somos sim uma potência; quer queiram os incrédulos ou não. Somos o País do amanhã, o que mais cresce nas Américas. Pense nisso!

O seu voto é tão importante que, se fizer uma escolha errada, o preço dessa atitude durará quatro longos anos. Vote certo, vote nos candidatos que têm compromisso verdadeiro com o cargo pleiteado. Uma boa eleição a todos e que os melhores vençam e honrem os seus mandatos.Se na eleição de 2010, apenas uma mulher concorreu na eleição da majoritária estadual, na posição de vice, na chapa do PV para o governo, este ano a ampliação da participação feminina na disputa pelo poder no Estado chama a atenção.

Três mulheres estão presentes na corrida, sendo Lídice da Mata (PSB), na vaga para a Governadoria, Eliana Calmon (PSB), também em sua chapa na posição para o Senado, e Renata Mallet, que se candidatou pelo PSTU também ao governo, o que sinaliza mudanças em um cenário marcado pela presença masculina.

Houve um aumento de 15,73% no número de mulheres que disputarão as eleições deste ano na Bahia, em relação ao número contabilizado em 2010.

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TER), este ano elas representam 31% das candidaturas.

Em âmbito nacional, a tendência de maior ingresso foi comprovada em pesquisa divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde foi apontado um percentual 46,5% maior, em relação a 2010.

O quadro da corrida presidencial aponta também o fortalecimento simbólico da representação feminina, com as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB), que acirram pela primeira colocação no primeiro turno, dia 05.

Fonte: Ricardo Fonseca

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