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FAZER POR QUEM?!…

O Estado é a Instituição criada pelo homem para administrar a vida dos individuos em sociedade através do compromisso político e com base em uma Constituição Federal, seguida da Constituição Estadual e da Lei Orgânica dos Municipios, onde estão inseridos os direitos e deveres de todos.

Assistindo a uma matéria televisiva em um dos jornais matutinos lembrei-me que na década de 1960, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy disse em longo discurso ao Congresso daquele país, que o cidadão não devia perguntar o que o Estado podia fazer por ele, mas, sim, o que o cidadão podia fazer pelo país.

Dono de uma bela retórica Kennedy quase sempre conseguia envolver os congressistas norte-americanos e realizar os seus objetivos políticos, diferente do nosso Brasil, com políticos de fraca retórica e/ou inconsistente ou tão somente populista como ocorre há praticamente duas décadas.

Voltando à questão do fazer ou não fazer pelo país, é preciso saber que o Estado existe por conta dos humanos que habitam nele e são as pessoas as mantenedoras do Estado, como Pessoas Físicas que são e que pagam uma gama de impostos de todos os tipos, até mesmo os desnecessários, ao lado das Pessoas Jurídicas, que são empresas de todos os ramos da atividade econômica, e o Estado, por sua vez, deveria fazer o melhor para o bem-estar dos seus cidadãos, o que no geral não acontece, principalmente nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública.

Sendo um país que vem desenvolvendo-se nos últimos vinte anos por conta das politicas econômicas e sociais implantadas pelos governos e, por sua vez, sendo a Bahia um Estado Federativo que tem um PIB de crescimento acima de 3,1% é incompreensível que Educação, Saúde e Segurança Pública estejam à beira do colapso.

Quando falamos em Educação de qualidade queremos a Escola como fruidora de movimentos no campo didático e metodológico sem a mesmice de sempre, sem ser a Escola meramente conteudista e já sem sentido nos dias em que a juventude recorre mais à rede do que tem interesse pela Escola como Instituição do Saber.

Mudar o conceito de Escola como Instituição, mostrando ao aluno que o espaço da escola é um espaço de criatividade e, não de indisciplina e violência conclamando a família (o pouco de família que existe) para que acolha a Escola como uma casa em que há coisas bastante positivas.

No que tange a Saúde, o problema se aproxima do da Educação. Nesta, há muitas escolas em bom estado de conservação e outras sucateadas. Naquela, muitos postos de saúde em vários bairros, policlínicas, hospitais também em bom estado de conservação como sucateados, contando com pequeno número de médicos e enfermeiros, com falta de leitos para que os pacientes não fiquem dispostos nos corredores ,assim como falta de macas e até mesmo de medicamentos o que vem prejudicar o tratamento e recuperação das pessoas.

Na conta de grande hospital, o Clériston Andrade, considerado o maior do interior do Estado da Bahia, na sua parte interior térrea fede, é de um mal cheiro que não se deve aceitar por ser um hospital geral.

As enfermarias são como salões de armazéns onde ficam estocados pacientes. É real. Vivenciei essa realidade no domingo, dia 2 de junho quando fui lá visitar uma amiga.

Assim como a Educação, a Saúde deve ser melhor cuidada. E quão importante seria que a grande mídia mostrasse a realidade de escolas e hospitais sem a interferência dos discursos político-partidários.

Por sua vez, e cheia de problemas cruciais, está a Segurança Pública que ao longo dos últimos anos vem se traduzindo em insegurança, com crescimento dos roubos e furtos, assassinatos bárbaros, tráfico cada vez maior de entorpecentes, grupos de extermínio, assaltos a carros forte, bancos e caixas eletrônicos enquanto a população quase que refém da marginália, resguarda-se em suas casas, que infelizmente também estão sob a mira dos marginais.

O que fazer, então, se o Estado não faz a parte dele da mesma forma como nos cobra impostos, fazendo-nos pagar as contas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo? Por quê tantos bilhões jogados em estádios enquanto o país continua vivendo o caos na Educação, na Saúde e na Segurança Pública?

Seria bom que os discursos sempre maniqueístas, aqueles que sempre estabelecem os princípios opostos do bem e do mal fossem discursos sobre as realidades do país e de seu povo, sem manipulações da parte de governantes e da própria mídia, ou seja, aquela velha fórmula ideológica de envolver aos incautos, para que a Bahia em particular convivesse de forma harmônica com as necessidades desse povo.

Mas, infelizmente é o contrário. E ainda hoje Gregório tem razão. Quem é Gregório? Ah é Gregório de Mattos e Guerra que nos legou em versos esta verdade:
“Triste Bahia. Ó quão dessemelhante”.

Fonte: Cesar Ubaldo

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