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Maior gafe da história marca a cerimônia do Oscar; Moonlight é o vencedor

Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram erradamente o prêmio de melhor filme para La la land

Moonlight ganha o Oscar como melhor filme

A maior saia justa da história do Oscar ocorreu no encerramento da 89ª edição do prêmio. Warren Beatty se embaralhou com o envelope e entregou-o a Faye Dunaway, que leu errado o nome do vencedor de melhor filme. Anunciou como vencedor La la land: cantando estações.

Quando todos os produtores e o diretor Damien Chazelle estavam no palco – o produtor Jordan Horowitz agradecia a premiação, quando notou que o nome no envelope era o de Moonlight e tornou público que o verdadeiro vencedor era o filme de Barry Jenkins.

Beatty tentou consertar a situação, dando como desculpa que recebeu o envelope e leu Emma Stone. “Eu não queria fazer graça”, disse o veterano ator.

Jenkins, que subiu ao palco com sua equipe para receber o prêmio, afirmou, quase sem acreditar, que nem em seus maiores sonhos imaginaria aquela situação.

Apresentador da noite, Jimmy Kimmel acrescentou, pouco antes da transmissão acabar: “Não sei o que aconteceu e prometo que nunca mais volto”. Nunca nada parecido havia ocorrido numa cerimônia do Oscar.

Depois da confusão, é chegada a hora de contabilizar as estatuetas. Moonlight, filme sobre a vida de um garoto negro de um gueto em Miami, levou também as estatuetas de roteiro e ator coadjuvante para Mahershala Ali.

Primeiro muçulmano a receber a estatueta, Ali agradeceu aos professores, à família e à equipe de Moonlight…. Disse que o “centro de tudo” é o personagem – e não o artista. “Temos a bênção de trabalhar com esses personagens”, discursou.

Já La la land, indicado a 14 estatuetas, levou “apenas” seis: diretor, atriz (Emma Stone), trilha sonora e canção original (para Justin Hurwitz), direção de fotografia e direção de arte.

Manchester à beira-mar, de Kenneth Lonergan, levou duas estatuetas: Casey Affleck (melhor ator) e roteiro original. Outro filme que ganhou dois prêmios foi Até o último homem, de Mel Gibson (montagem e mixagem).

A hegemonia branca das edições de 2015 e 2016 do Oscar foi corrigida na noite de domingo.

Além dos três prêmios de Moonlight, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood premiou Viola Davis. Como esperado, foi eleita a melhor atriz coadjuvante por Um limite entre nós. Esta foi a terceira indicação da atriz.

Muito emocionada, Viola foi aplaudidíssima.

“Tem um lugar onde todos que têm muito potencial se reúnem: o túmulo. Pessoas me perguntam o tempo todo: ‘Que tipo de histórias você quer contar, Viola?’.

Vocês têm que exumar esses corpos, essas histórias, histórias das pessoas que sonharam e nunca conseguiram concretizar esses sonhos. Tornei-me uma artista única dessa profissão que celebra o que significa viver uma vida”, discursou.

Foi ainda emocionante a homenagem à física e cientista espacial negra Katherine Johnson, de 98 anos, que subiu ao palco na cadeira de rodas. Johnson é personagem do longa Estrelas além do tempo, interpretada por Taraji P. Henson. O drama fala da luta de três brilhantes técnicas negras da Nasa para se impor, enfrentando o racismo e o machismo durante a Guerra Fria.

Jimmy Kimmel, apresentador da cerimônia, iniciou a festa ironizando Trump e sua cruzada anti-imigração.

“Esta transmissão está sendo vista por milhões de americanos em todo o mundo e 225 países que agora nos odeiam”, comentou.

“Temos um filme em que negros salvaram a Nasa e brancos o jazz”, alfinetou ele. Também elogiou Meryl Streep, atacada pelo presidente dos EUA.

Mas depois do vexame do prêmio de melhor filme, qualquer coisa que ocorreu ao longo das quatro horas da cerimônia perdeu a importância.

Os premiados

Melhor filme: Moonlight: Sob a Luz do Luar
Melhor ator: Casey Affleck – Manchester a beira mar
Melhor atriz: Emma Stone – La La Land – Cantando estações
Melhor diretor: Damien Chazelle, La La Land
Melhor ator coadjuvante: Mahershala Ali – Moonlight: Sob a luz do luar
Melhor atriz coadjuvante: Viola Davis – Cercas (Fences)
Melhor animação: Zootopia – Essa Cidade é o Bicho
Melhor filme estrangeiro: O apartamento (Irã), do diretor Asghar Farhadi
Melhor roteiro adaptado: Moonlight
Melhor roteiro original: Manchester à beira-mar
Melhor design de produção: La la land: Cantando estações
Melhor fotografia: La La Land – Cantando as Estações
Efeitos visuais: Mogli
Melhor curta-metragem: Sing
Melhor documentário: O.J.: Made in America?
Melhor documentário de curta-metragem: The white helmets
Melhor cabelo e maquiagem: Suicide Squad
Melhor edição de som: A chegada
Melhor mixagem de som: Até o último homem
Melhor curta de animação: Piper
Melhor canção original: City Of Stars – La La Land
Melhor trilha sonora: Justin Hurwitz – La la land: Cantando estações
Melhor figurino: Animais fantásticos e onde habitam – Colleen Atwood
Melhor montagem: Até o Último Homem

Mariana Peixoto

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