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Maisa Silva fala de filme sobre sororidade e redes sociais.

Foto: Divulgação/Globo Filmes

“Ela disse, ele disse”, filme baseado no livro de Thalita Rebouças, será a primeira vez em que você verá Maisa Silva como uma antagonista.

A comédia adolescente estreia nesta quinta-feira (3) com os mesmos estereótipos de colégio de sempre: o nerd gente boa, o nerd que sofre bullying, o mauzão que repetiu de ano. E a patricinha fútil que só quer saber de likes, vivida por Maisa.

Em entrevista ao G1, a atriz e apresentadora de 17 anos defende o uso de estereótipos em “Ela disse, ele disse”.

Ela também diz que não quer mais saber do “nhem nhem nhem” da carreira de cantora e elogia a mensagem de sororidade e bom uso das redes sociais presente no filme.

G1 – O filme parece separar bem quem é fútil (a Julia), quem é nerd, quem é mauzão repetente… Só os dois principais têm mais nuances. Você concorda que o filme é assim?

Maísa Silva – Eu acho que a maioria dos filmes que a gente vê retrata bastante as personalidades das pessoas como uma coisa só, é mais frisado, sabe?

“Não tem muita nuance, porque isso é uma coisa das pessoas na vida real. Só que às vezes confunde a cabeça da pessoa que está vendo um filme se você tratar a vilã com um lado bonzinho. Porque se for assim não direciona muito bem a história. Assim, só confunde quem está vendo.”

Como não era o intuito do filme, eu acho super legal até porque as pessoas conseguem aprender um pouco com esses estereótipos. Enfim, eu aprendi bastante com a Julia. Porque ela muito confiante, mas também pensa muito nela e esquece demais dos outros.

G1 – O filme mostra o poder das redes sociais para propagar uma causa nobre. Na sua opinião, é possível fazer com que as redes sociais sejam usadas só para o bem?

Maísa Silva – Eu tento muito fazer isso com meu trabalho nas redes sociais, de levar positividade e verdade pras pessoas. Tentar esquecer um pouco esse lado do ódio, de falar mal das pessoas e focar naquilo que é bom, né? Na vida real, se a pessoa está andando na rua, você não para xingar o outro. Então, por que parar para fazer isso na internet?

A internet faz parte da nossa sociedade hoje. Dá para você abraçar várias causas. Quantas vacinas a gente não fez para salvar vidas… Quantas pessoas estão criando blog e falando com milhões de seguidores. A sua mensagem de vida não precisa ser tão diferente nas redes sociais. Tem que ser a mesma.

“É muito fácil criticar as pessoas estando atrás de uma tela. Agora, falar a verdade pessoalmente é muito difícil. Por isso, eu sempre tento espalhar a mensagem do respeito, da empatia.”

G1 – Você canta ‘Stand by me’, famosa na voz do John Lennon, no filme. Gosta dela? Qual sua relação com essa música?

Maísa Silva – Não fui eu que fiz a escolha dessa música para o filme. Seria outra que eu cantaria no final. Seria para o Rafa, né? A gente fez essa mudança durante as gravações, porque a Thalita [Rebouças, escritora e roteirista] teve uma ideia genial de mudar. Ao invés da Julia fazer uma declaração pro menino que ela gosta, porque não fazer essa música junto com a menina com quem ela competiu o filme inteiro para meio que selar essa sororidade entre elas? Foi como um “tamos juntas”. Significa muito essa cena para essas duas personagens. Essa música vai ser pra sempre especial pra mim.

G1 – Como foi ser a Julia?

Maísa Silva – A Julia é uma personagem que é marcante no livro, “Ela disse, ele disse”. Eu acho que todas as pessoas que leem sentem um ranço enorme por ela. Então, a Thalita ter confiado essa personagem pra mim foi super legal. Até porque foi a minha primeira antagonista. Então, foi um super desafio pra mim e uma oportunidade de ser criativa e sair da minha zona de conforto.

Maisa Silva no Lollapalooza 2018 — Foto: Celso Tavares/G1
Maisa Silva no Lollapalooza 2018 — Foto: Celso Tavares/G1

G1 – Você tem se dedicado mais a ser apresentadora do que atriz e cantora. Por quê? Como faz as escolhas da carreira?

Maísa Silva – Olha, hoje em dia minha está igualmente dividida entre apresentadora e atriz. Óbvio que é impossível lançar um filme todas as semanas. Eu apresento um programa as semanas. Eu tento distribuir minha agenda de filmes com um longa por ano, porque eu pego um período das minhas férias para rodar os longas, que exigem bastante tempo. Agora apresentando o programa é muito difícil parar durante o ano e fazer isso. Estou deixando minhas próximas férias para rodar meu próximo longa.

Minha carreira de cantora eu não pretendo continuar com ela não. Só cantando nesses projetos especiais, como filmes, peças. Mas não lançar um projeto meu com meu nome. Porque não é a coisa que eu mais gosto de fazer.

G1 – Você vai fazer vestibular neste ano?

Maísa Silva – Ah, eu não pretendo vestibular neste ano, porque foi um ano super corrido e eu comecei com vários projetos. Mas acho que farei no ano que vem. Eu estou indo bem na escola apesar da minha rotina bem corrida.

G1 – E você já sabe qual curso gostaria de fazer?

Maísa Silva – Ainda estou pensando.

Braulio Lorentz

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