A Sociedade Civil de Autores, Realizadores e Produtores (ARP), com mais de 200 membros principalmente franceses, debaterá na segunda-feira o problema dos abusos sexuais no cinema, depois que o franco-polonês Roman Polanski foi acusado por uma francesa de tê-la estuprado em 1975.
A ARP, com sede na França, reunirá seu conselho de administração e proporá “que, a partir de agora, todo membro condenado pela justiça por um crime de caráter sexual seja excluído e que todo membro acusado pela mesma razão seja suspenso”, anunciou a instituição nesta terça-feira, sem citar Polanski.
Se o conselho de administração, composto por cerca de vinte membros, validar essa proposta, se abrirá caminho para a suspensão de Polanski, que fugiu dos Estados Unidos em 1978 e continua sendo jugado neste país por manter relações sexuales ilegais com uma menor de idade.
#Communiqué Le bureau de L’ARP proposera au prochain conseil d’administration que, désormais, tout membre condamné par la justice pour infraction de nature sexuelle soit exclu et que tout membre mis en examen pour la même raison soit suspendu. https://t.co/9Sr6utb29Z
— November 12, 2019
O premiado diretor e membro da ARP não seria excluído, mas “suspenso” da Associação porque o procedimento que lhe afeta nos Estados Unidos está “em curso”, informou à AFP o presidente da ARP, Pierre Jolivet.
Essa suspensão seria pela acusação da ex-modelo e fotógrafa francesa Valentine Monnier, que em um testemunho publicado na sexta-feira (8) pelo jornal Le Parisien, disse que Polanski a havia golpeado e estuprado em 1975 na Suíça quando ela tinha 18 anos.
Na noite desta terça-feira (12), cerca de 40 feministas bloquearam a entrada de um cinema de Paris na pré-estreia do filme “J’accuse”, de Polanski, constatou a AFP. “Neste cinema se glorificam os estupradores”, dizia um cartaz.
AFP