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Dia do Saci: Combate a invasão cultural imperialista

O dia do Saci nossa verdadeira cultura

Um dos fundadores da Sociedade dos Observadores do Saci (Sosaci), o escritor e jornalista Mouzar Benedito afirma que a ideia de comemorar essa data surgiu como contraponto à “invasão do Halloween” no país.

O Dia do Saci surgiu em 2003 e hoje é comemorado em São Luiz do Paraitinga, interior de São Paulo, e em diversos municípios do país. A cada ano cresce o número dos seguidores do Saci.

Para ele, é muito importante disseminar os nossos mitos para combater o preconceito com conhecimento. “Ocorre atualmente no Brasil uma desvalorização de tudo o que é brasileiro, justamente para defenderem a submissão ao capital estrangeiro”.

Dessa forma, “nada que é nacional serve. A Petrobras não pode existir e a exploração do nosso petróleo tem que ser feita por empresas do Hemisfério Norte”. Benedito ressalta ainda que para o governo golpista “a cultura não tem importância nenhuma, mas para nós é por onde se dá grande parte da resistência à destruição de nossos direitos”.

O texto de apresentação da Sosaci afirma o respeito pelas mitologias estrangeiras, mas defende a valorização dos mitos brasileiros, o Saci entre eles. Esses mitos importados, como o Halloween, “são usados para anestesiar a autoestima do nosso povo. Respeitamos os mitos dos outros, mas não queremos que eles sejam usados pela indústria cultural como predadores dos nossos”.

E complementa: “O Saci, a Iara, o Boitatá, o Curupira, o Mapinguari e muitos outros brasileiros legítimos estão aí para serem festejados, sem espírito comercial, como nossos legítimos representantes no mundo do imaginário popular e infantil”.

De acordo com Benedito, a dominação de um povo, começa pela destruição de sua cultura. “Os colonizadores europeus quando chegaram no continente americano passaram a demonizar a mitologia indígena, colocando a sua cultura como superior”.

Marcos Aurélio Ruy

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