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Toca no Telhado: No Dia do Choro

Toca no Telhado: No Dia do Choro, Henrique Cazes e seu grupo homenageiam Jacob do Bandolim

“O Paulo Moura dizia que quando ouvia certos choros, como “Noites cariocas” (de Jacob do Bandolim), chegava a sentir o cheiro da Cinelândia dos anos 1950.”

A frase de Henrique Cazes que abre esta edição do “Toca no Telhado” diz muito sobre a energia que o gênero musical passa a gerações de cariocas. E é cheiro de festa, de rua e de improviso que se sente ao ver o vídeo e ouvir o cavaquinista e arranjador tocar “Bole bole”, do mesmo Jacob, com o grupo Choro na Rua — formado por Silverio Pontes (trompete flughorn), Daniela Spielmann (sax soprano reto), Bebê Kramer (acordeon) e Beto Cazes (percussão).

Se ao longo de todo o ano o choro está nas praças, nos parques e nos botequins, esta segunda-feira é o momento em que a celebração da música instrumental brasileira chega a seu ápice. Aniversário de Pixinguinha (e de Geraldo Pereira, e de Severino Araújo, e ainda por cima feriado de São Jorge, ufa!), 23 de abril é o Dia Nacional do Choro. Poderia se chamar também, portanto, o dia de ir pra rua ouvir cavaquinhos, pandeiros, bandolins e flautas.

— Essa atitude de tocar mais solto, conversando, ou, como diz nosso decano Zé da Velha, servindo o outro como garçon, passando a bola, isso traz uma vibração que aproxima o público — observa Henrique. — Nosso objetivo é esse, tocar na rua, bem livre, com bom humor, essa é uma coisa que faltava pro choro chegar numa galera mais nova.

E a “galera mais nova” tem comparecido. Longe de se limitar a um público “old school”, o choro vem se renovando não só em termos de público, mas também de praticantes.

— É uma coisa típica do Rio de Janeiro ir à praia e depois emendar, ir ouvir uma música, tomar uma cervejinha… O Rio tem vocação para esta descontração, e é isso que precisamos resgatar — opina Daniela, uma das mais sorridentes e comunicativas durante a performance.

Se ao fim do vídeo sua vontade é sair correndo atrás da roda de choro mais próxima, não perca tempo. Tem música boa tem vários cantos da cidade. O grupo Choro na Rua, por exemplo, vai tocar na Praça Saens Peña (esquina com Carlos Vasconcelos), às 16h.

HELENA ARAGÃO

 

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