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Manifestação de rodoviários em Salvador e pedem que suspensão da redução de linhas seja documentada pelo MP

Rodoviários fazem caminhada em protesto no centro de Salvador — Foto: Maiana Belo/G1

Os rodoviários de Salvador fazem um protesto na manhã desta sexta-feira (30), no Campo da Pólvora, em Salvador. O ato ocorre mesmo após a prefeitura e governo negarem que haverá redução de linhas de ônibus na capital baiana por conta do metrô.

Apesar do protesto, os ônibus circulam normalmente em Salvador nesta sexta e não há nenhuma paralisação prevista.

“Estamos na luta pela manutenção das linhas e dos nossos postos de trabalho. De 2015 até este ano foram cerca de 3.680 postos de emprego perdidos”, disse Fábio Primo, presidente do sindicato dos Rodoviários.

A categoria diz que ainda se sente ameaçada com a possibilidade da redução de linhas e pede que essa suspensão seja documentada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), diante dos rodoviários e representantes das empresas, prefeitura e governo.

Após a categoria se reunir no Campo da Pólvora, os rodoviários seguiram em caminhada em direção ao Ministério Público para solicitar que o órgão participe de uma reunião entre os envolvidos e assim seja feito um acordo documentado.

Por causa da caminhada, o trânsito está lento na região da Avenida Joana Angélica, sentido Campo da Pólvora, e também no bairro de Nazaré, no centro da cidade. Por volta das 10h50, os rodoviários estavam concentrados em frente ao MP.

Redução de linhas

A prefeitura de Salvador e o governo do estado negaram, na terça-feira (27), a redução de linhas de ônibus na capital baiana por conta do metrô.

A retirada das linhas foi acertada em um contrato assinado em 2013 entre o município, governo do estado e a cidade de Lauro de Freitas.

Todo o sistema deveria ser integrado, sem concorrência. Para isso, todas as linhas de ônibus que passam por mais de duas estações do metrô deveriam ser extintas, tanto na capital baiana quanto em Lauro. Contudo, o contrato não determinou quantas linhas seriam removidas.

Segundo o MP-BA, a polêmica estava em torno da retirada de oito linhas, que concorrem com o metrô na região da Avenida Paralela e que transportam cerca de 86 mil passageiros por dia. Os coletivos partem das Estações Pirajá e Mussurunga com destino a bairros como Barra, São Joaquim e Bonfim.

Em setembro do ano passado, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), para fazer o cálculo da tarifa de integração ônibus-metrô.

Neste TAC, uma empresa também foi contratada para verificar o melhor cenário econômico para esse funcionamento. Mas, de acordo com o estudo, algumas estações do metrô vão precisar passar por uma remodelagem para acomodar o aumento dos passageiros.

O prefeito de Salvador, ACM Neto, disse que todas as linhas que faziam concorrência com o metrô, 77 ao todo, foram extintas ou remanejadas até setembro do ano passado.

ACM Neto garantiu que nenhuma das oito linhas apontadas pelo estudo será extinta justamente porque, segundo ele, as estações de metrô não comportam esse aumento de passageiros.

A extinção das linhas de ônibus teria sido um pedido do governo do estado. Em nota, a Secretaria da Comunicação assegurou que nenhuma linha vai ser extinta, nesta etapa da integração, e que o que está em andamento é a reestruturação das linhas da capital. A necessidade de remodelar as estações não foi comentada.

A promotora Rita Tourinho, do MP, disse que entende a necessidade da retirada das linhas, mas que isso não pode ser feito com prejuízos para os passageiros.

Por G1 BA

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