Tempo - Tutiempo.net

‘Não se pode satanizar a indicação política’, diz presidente da Caixa após suspeitas

Gilberto Occhi, presidente da Caixa (Foto: Reprodução)

O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse que o banco vai publicar nesta quarta-feira (17) uma portaria indicando quem serão os substitutos interinos para os quatro vice-presidentes afastados nesta terça (16) pelo presidente Michel Temer.

A interinidade terá um prazo de 30 dias. Se, após este prazo, o julgamento das defesas dos dirigentes não for concluída, a competência passará ao Conselho de Administração da Caixa.

Na sexta-feira (19), o Conselho vai aprovar um novo estatuto que dará ao presidente do conselho (a secretária do Tesouro) o poder de indicar e exonerar os vices da Caixa.

“Para não deixar o lugar vago, preciso nomear interinos. Farei hoje, por 30 dias. Caso não se resolva, aí o Conselho é o competente para prorrogar a interinidade desses vices-presidentes. Os outros continuam afastados enquanto não se dá ampla defesa”, disse Occhi.

As indicações dos dirigentes afastados – e dos que permanecem – são em sua maioria indicações políticas, para atender à base de apoio do presidente da República no Congresso.

O presidente da Caixa disse que não se “pode satanizar as indicações políticas” e que elas são “normais, ainda mais em um banco público”.

Para Occhi, as suspeitas envolvendo o banco estão ocorrendo por conta de “duas pessoas que passaram por aqui, e, hoje, estão presas”.

Ele se refere ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e ao ex-dirigente do banco Fábio Cleto – indicado por Eduardo Cunha.

“Não se pode generalizar. É uma minoria. Tem muita gente honesta e com ética no banco”.

Delação de Funaro

Occhi foi indicado pelo PP. Ele foi delatado por Lúcio Funaro, apontado nas investigações como operador de propinas. Segundo Funaro, Occhi tinha “meta mensal” de propina para distribuir a políticos do PP com dinheiro da Caixa.

Occhi nega “veementemente” a declaração.

A auditoria da Caixa recomenda que a declaração de Funaro sobre Occhi seja aprofundada.

 Andréia Sadi

OUTRAS NOTÍCIAS