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Amplia-se as diferenças diplomáticas entre a Santa Sé e Washington/ por Sérgio Jones*

Trump e Francisco

De acordo com notícias que circulam o Vaticano a escalada de violência perpetrada pela insana figura do ditador Donald Trump tem sido uma preocupação constante do Papa Francisco.

Quem muito bem externou esse quadro foi o cardeal Peter Turkson, prefeito do dicastério para o Desenvolvimento, que diz que o conceito básico do pontífice é de que: “espiral de vingança com todos os sinais … de tensão e de guerra”.

O núncio do Vaticano no Irã enfatizou fortemente nas últimas horas um conceito básico de Francisco: “A boa política está a serviço da paz, a comunidade. Citado em artigo de autoria do vaticanista do jornalista, escritor e professor universitário, Marco Politi.

Segundo o autor, o pontífice sempre demonstra pleno desacordo de operações militares unilaterais, disfarçadas em boas intenções, porque vê seus propósitos de poder.

Em 2015, falando às Nações Unidas em Nova York, ele lembrou que “não faltam provas graves das consequências negativas das intervenções políticas e militares não coordenadas entre os membros da comunidade internacional”.

Em agosto de 2014, quando retornava da Coreia do Sul, durante entrevista coletiva foi enfático ao afirmar: “Precisamos ter memória! Quantas vezes, com essa desculpa de deter o agressor injusto, as potências se apoderaram dos povos e fizeram uma verdadeira guerra de conquista! Uma única nação não pode julgar como parar um agressor injusto”.

O vaticanista observa que a diplomacia do Vaticano é prudente, não alimenta ilusão sobre manobras, ataques, atentados provocados nos últimos anos pelo Irã; mas ninguém tem a menor dúvida sobre a responsabilidade de Trump nos dias de hoje de abandonar o “conflito de baixa intensidade” que opôs os iranianos aos estadunidenses (e seus respectivos aliados) nos últimos anos.

O saldo por este modelo equivocado de política adotada a partir da Casa Branca para o Oriente Médio resulta em uma escalada de violência sem precedentes, com resultados imprevisíveis.

A diplomacia do Vaticano reconhece e afirma de forma enfática que o assassinato do general Soleimani não ocorreu no curso de uma “ação militar normal”. Foi o assassinato planejado e espetacularizado de um altíssimo expoente do Irã. Uma exposição do poder soberanista.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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