(continuam as perguntas e respostas)
P – O que mais simbolizam as três colunas?
R – As três colunas representam, também, na Maçonaria, os nossos três grandes antepassados: Salomão, rei de Jerusalém; Hiram, rei de Tiro e Hiram, Venerável Mestre, a quem foi confiada a construção do Grande Templo.
P – Por que consideram os Maçons esses três personagens como seus antepassados?
R – Porque Salomão, tendo não só a ideia da construção do primeiro Grande Templo, edificado sobre a Terra, forneceu também tudo quanto foi necessário à edificação, representando à multidão de operários indispensáveis a tão estupenda construção representa a Força; e Hiram o maior e mais competente de todos os arquitetos, encarregou-se da construção do Grande Templo, fiscalizando rigorosamente todo o trabalho, desde a sua fundação, para garantir a sua solidez, até os mais íntimos ornamentos, para que em nada viesse a sofrer o seu conjunto de perfeição e Beleza.
P – Quais as ordens arquitetônicas adotadas para a construção do Grande Templo e qual a denominação atualmente conhecida?
R – As ordens nobres da arquitetura são hoje conhecidas por: Dórica, Jônica e Corintia. E é sempre obedecendo a estas três ordens que se constroem os nossos Templos Maçônicos.
P – Qual deve ser a forma adotada ara a edificação do teo de uma Loja Maçônica?
R – A abóbada representa um céu semeado de estrelas. O céu, no Oriente, representa um quadro de doce tranquilidade, deixando ver todas as cores do Arco-íris, iluminadas pelos raios cintilantes das três luzes: o Sol, a Lua e o Venerável Mestre, que, por sua vez, recebe a Luz do Grande Templo ou o Triângulo Fulgurante que é o Supremo Arquiteto.
Ao centro da abóbada, vê-se o céu apresentando tonalidades mais esbatidas na viveza das suas cores, à proporção que se aproxima do Ocidente, onde estão a abóbada cobre-se de nuvens negras, tumultuosas e pesadas, anunciando constantes tempestades.
P – O que é que simboliza, maçonicamente, essa diferença de tons nas cores empregadas na abóbada de um Templo Maçônico?
R – Significa que o profano, ao entrar para a Maçonaria, caminha do Ocidente para o Oriente, isto é, vem das trevas em busca da Luz; ao ficar entre as colunas é vítima ainda das paixões grosseiras do mundo profano, onde se agitam e se debatem as tempestades materiais na vida, que tanto afligem a alma humana.
Mas, à medida que, por sua vontade, vai estabelecendo o domínio nessas paixões más, dirige-se para o Ocidente, onde reinam a Ordem, a Tranquilidade e a Luz.
P – Podem os Maçons aspirar a elevar-se até onde se acha o Triângulo Luminoso?
R – Com certeza absoluta.
P – Mas como isso pode acontecer?
R – Com o auxílio da escada de Jacó.
P – Pode explicar esse símbolo?
R – Este símbolo tem fundamento em uma tradição bíblica dos tempos patriarcais. A história da tradição é a seguinte:
“Rebeca, esposa de Isaac, vendo que seu marido possuía uma faculdade especial, quis e obteve que essa faculdade fosse transmitida a seu filho Jacó, quando por direito deveria ser do primogênito, Essaú.”
Ainda bem não havia Jacó adquirido a faculdade especial de seu pai, quando foi obrigado a fugir à cólera de seu irmão Essaú, pois este estava determinado a mata-lo.
Viajando Jacó em direção a Pandanharam, cidade distante da Mesopotâmia, a fim de tomar por mulher uma das filhas do seu tio Laban.
No fim da primeira jornada, achando-se muito cansado e não tendo nenhuma pousada perto de onde se encontrava, resolveu deitar-se sobre o solo, fazendo de uma pedra travesseiro e tendo o céu por cobertura.
Dormindo, sonhou que se lhe apresentava uma escada de três degraus, cujos pés apoiavam-se na terra, elevando-se para o céu o resto dos degraus.
Por essa escada, Anjos do Senhor subiam e desciam. Jacó ouviu uma voz que lhe disse: “Contempla, Jacó, o caminho pelo qual se chega a mim.” “Se o seguires e cumprires as minhas ordens, voltarás ao teu lar em paz e prosperidade, e farei com que a tua descendência chegue a formar uma grande nação”.
Vinte anos depois, aconteceu a promessa do Senhor. Jacó regressou ao lar paterno, sendo bem recebido por Essaú, seu irmão. E o seu filho favorito, José, mais tarde foi a segunda pessoa do Faraó, Rei do Egito.
Mais tarde ainda, os israelitas prosperaram tanto, que constituíram uma das nações mais fortes naqueles tempos.
P – Como era composta essa escada?
R – De três degraus.
P – O que é que simboliza esses três degraus?
R – Fé, Esperança e Caridade.
P – Como os Maçons compreendem essas três virtudes?
R – A Fé é o traço de união que liga a criação ao Criador, portanto, base da eterna Justiça, laço da amizade e principal sustentáculo da sociedade humana.
A Fé justifica nossos atos de amor pelas coisas incriadas; é como que a evidência psíquica das coisas que escapam aos nossos sentidos físicos.
Pela Fé, somos sustentados e amparados nas lutas contra o homem material que reside em nós mesmos e ensina-nos o caminho que nos conduzirá à perfeição pela Fé, nos ensina a Maçonaria, que alcançaremos as mansões supremas, onde nos integralizaremos como Supremo Arquiteto do Universo.
P – E como se compreende Maçonicamente a Esperança?
R – A Maçonaria ensina que a Esperança é a âncora da alma humana, imóvel e poderosa, firme e consoladora. Tenhamos confiança absoluta no Grande Arquiteto do Universo. Porque, sem Esperança e sem Fé, nada conseguiremos.
Assim, todo aquele que for constante nas causas justas, superará todas as dificuldades, alcançando êxito completo.
P – E a Caridade?
R – Por si mesma, enche de puro amor toda a humanidade. A Caridade é uma das mais brilhantes joias com que, mui justamente, se adorna a Sublime Ordem Maçônica.
É a pedra de toque e a mais segura prova da sinceridade entre os Maçons.
A benevolência, acompanhada pela Caridade, honra a Ordem Maçônica, onde esta soberana Virtude floresce constantemente, por ser um dos escopos que mais preocupa e com grande devoção cumprem os verdadeiros Maçons.
P – O que mais ensina a Maçonaria sobre a Caridade?
R – Que é verdadeiramente feliz todo homem que sente brotar em seu coração a semente da benevolência.
Não inveja o seu próximo, não dá conta das palavras vis e caluniadoras, porque a malícia e a vingança não acham abrigo em seu peito.
Esquece as injúrias e procura apaga-las do seu pensamento. Assim, tem sempre presente à sua imaginação que somos todos irmãos, que deveremos estar sempre prontos a acudir àqueles que reclamam nossa assistência; e que jamais deveremos recusar nossa mão amiga, generosa e leal ao necessitado que implore nosso socorro.
Desse modo os Maçons agem dentro das linhas da misteriosa esquadria, recebendo um dia a recompensa a que tiver direito pelo seu Amor e Caridade.
P – Em que se apoia a Esquadria Maçônica?
R – Sobre o Livro da Lei.
P – E por que sobre esse Livro?
R – Porque nesse Livro se acham revelados os mais importantes segredos da divina vontade do Grande Arquiteto do Universo.
Carlos Lima