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Bolsonaro se aposenta com R$ 33,7 mil e acumula com o salário de presidente/ Por Sérgio Jones*

Pra dele não vale essa premissa

A concentração de renda brutal que é registrada no Brasil, devido a um modelo econômico totalmente insano, resulta diretamente em um elevado grau de excludência social. Toda esta voracidade econômica provoca o empobrecimento de grande parcela da população. Fazendo com que o país permaneça pontuando no ranking mundial como um dos que detém os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Um dos pontos emblemáticos e que chama a atenção, de nós meros mortais, são as aposentadorias do presidente da república, e de mais 142 deputados, conforme o que vêm sendo divulgado pela grande mídia nacional.Estas constantes divulgações dão conta de uma realidade em que beneficia alguns poucos, em sacrifício de muitos.

Em meio a toda discussão sobre a reforma da Previdência, um grupo de 142 deputados e ex-deputados, entre eles o presidente Jair Bolsonaro, poderá pedir aposentadoria, já a partir do mês que vem, com direito a um benefício de até R$ 33.763 – seis vezes mais que o teto do INSS.

No caso de Bolsonaro, ele poderá acumular a aposentadoria com o salário de presidente da República, que é de R$ 30.934,70.

Responsáveis por aprovarem as mudanças na Previdência, os parlamentares podem se aposentar por meio de dois planos, com regras mais generosas do que as aplicadas aos trabalhadores da iniciativa privada.

Nenhum dos dois regimes está limitado ao teto do INSS, que é de R$ 5,6 mil mensais. Se tivessem aprovado a reforma da Previdência proposta por Michel Temer, esses parlamentares já teriam de cumprir agora regras mais duras para se aposentar.

Pelo texto que está pronto para ser votado na Câmara, os políticos teriam de cumprir de imediato as idades mínimas de 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens) e trabalhar por um período adicional de 30% sobre o tempo que faltaria para a aposentadoria.

A reforma que será proposta pelo ministro da Economia Paulo Guedes também deve incluir mudanças na Previdência de políticos. Pelo toar do compasso da música orquestrada por esse governo, o que irá prevalecer é a velha máxima popular: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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