Tempo - Tutiempo.net

Brasileiro ganha ‘Nobel da espiritualidade’.

Marcelo Gleiser (Foto: ELI BURAKIAN / DARTMOUTH COLLEGE / AFP)

O astrônomo e físico brasileiro Marcelo Gleiser, de 60 anos, foi anunciado nesta terça-feira, 19, como vencedor do prêmio Templeton, considerado o “Nobel da espiritualidade”. Nascido no Rio, Gleiser é professor da Dartmouth College, em Hanover, nos Estados Unidos, e autor de livros que discutem a origem do universo a partir da ciência e da religião. Ele receberá também US$ 1,4 milhões (cerca de R$ 5,3 milhões).

“(Gleiser é) Um dos principais proponentes da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade humana de abraçar e explorar o desconhecido”, descreve Heather Templeton Dill, neta do criador do prêmio, em vídeo divulgado pela Fundação Templeton.

“O caminho para a compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo, e minha missão é trazer de volta para a ciência e para as pessoas que se interessam por ciência, esse apego àquele mistério. É fazer as pessoas entenderem que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos”, diz o astrônomo no vídeo.

O brasileiro é a 49ª pessoa a receber o prêmio, sendo o primeiro latino. Dentre os ganhadores anteriores, estão Dalai Lama e Madre Teresa de Calcutá. A cerimônia de premiação ocorre no dia 29 de maio, em Nova York.

Dentre os livros mais conhecidos de Gleiser, estão “A Dança do Universo” (da Companhia das Letras) e “Criação Imperfeita” (Editora Record). Ele reside nos Estados Unidos desde 1986, onde teve cinco filhos.

‘Humildade’

Em seus livros, Marcelo Gleiser demonstra que a ciência e as religiões tentam responder a perguntas muito similares sobre a origem do universo e da vida. Agnóstico, diz manter a “mente aberta porque entende que o conhecimento humano é limitado”. “Devemos ter a humildade para aceitar que estamos rodeados de mistério.”

“Todos querem saber como se originou o mundo”, declara. “A ciência pode proporcionar respostas somente até certo ponto”, completa. (Com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

OUTRAS NOTÍCIAS