Tempo - Tutiempo.net

Disse Confúcio: “As naturezas dos homens são parecidas; são os seus hábitos que os afastam uns dos outros”.

Cise de cidadania

Confúcio, o sábio, crise, cidadania

O mundo que hoje conhecemos passou por muitas transformações até chegar ao ponto atual. Em toda a literatura, dos primórdios, até os dias atuais, notam-se profundas mudanças as quais   procuram dotar as civilizações de um norteamento mais próximo do ideal.

 Embora tal desejo se mostre utópico, as diversas camadas da humanidade envolvidas nesse contínuo processo de aprimoramento procuram premiar o ser humano com o que lhes seja mais condizente.

 Aos gestores compete indicar os caminhos a seguir, através de projetos, que após acuradas discussões envolvendo a sociedade como um todo, são igualmente discutidos nos plenários dos parlamentos, e, aprovados, após a devida sanção ou promulgação, seriam colocados em prática.

Nunca em todo o tempo se aprovou tantos projetos, porém, aparentemente fáceis, na prática, tornam-se inócuos, seja pela inaptidão dos gestores, seja pela ausência de boa vontade política.

Há e afirmo com sobejo conhecimento, um descaso que salta aos olhos dos menos inteligentes. As coisas no Brasil só andam quando há interesse político.Parece que ainda vivemos nos tempos das Capitanias.

Nos dias que correm a  inversão de valores é coisa corriqueira.Quando já vimos alguém, que perdendo um de seus familiares, vítima da violência que grassa “brasis” afora, recebeu a visita da Comissão de Direitos Humanos, dando-lhe conforto?

Porém, quando um desses malvados são custodiados ou presos denunciam suposto mal trato, imediatamente vem à mídia algum dos seus,  pedindo explicações, demissões, punições, ou coisa que o valha!

Na gestão das coisas públicas a coisa é tão degradante, que um Metrô, há 20 anos é ansiosamente esperado pela população de Salvador, e parcialmente pronto, aguarda decisões para ser colocado à disposição do público que, com os seus impostos já efetuou com sobras, o pagamento de toda a obra.

E quando se fala no comportamento do ser humano  no dia-a-dia, a coisa então se complica.

A carência de cidadania é tamanha, que, quando alguém age com honestidade devolvendo algo que encontrou por acaso, a festa da mídia é fenomenal.

Os direitos adquiridos nem sempre são obedecidos. Por exemplo, vê-se nas filas dos supermercados, ou no transporte coletivo, idosos, deficientes, grávidas ou parturientes, tendo as suas prioridades postergadas.

 Quando de minha recente estada em Natal,no trânsito o procedimento dos condutores é uma lástima.Uns ultrapassam pela direita, avançam sinais,  ou abusam da velocidade, etc., indiferentes ao que lhes pode ocorrer, colocando, portanto, em risco, a sua vida e as de outrem.

A quem caberia disciplinar tudo isso? Vive-se como no tempo das Cavernas. Que bom seria entendermos que, quando tomamos a iniciativa de viver em sociedade, construímos um grande condomínio, obrigando-nos a um comportamento igualitário.

O meu direito termina exatamente quando começa o do meu visinho. Porém, poucos entendem dessa forma. Os tribunais andam superlotados de processos nas suas mais diversas variantes, porque não se pratica o bom senso, a cidadania…

Avolumam-se denúncias, questões e querelas muitas vezes fúteis,  enchendo as prateleiras da justiça. Processos que têm mais de 20, 30, 40 anos de abertos sequer  foram instruídos.

E as sentenças quando serão prolatadas? Ninguém se aventura a profetizar!

A crise de cidadania se avoluma e se mostra presente em todas as áreas. Quando alguém coloca em dúvida o cumprimento de pena dos condenados no processo do chamado mensalão, pelo STF, não sem razão, a gente se mantém em dúvida, pois tal absurdo não está longe de acontecer.

É como diz um famoso âncora da TV: Isso é uma vergonha!!!

Ávido Medeiros

OUTRAS NOTÍCIAS