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Eleições municipais/por Carlos Lima

Ronaldo tem uma pedra no caminho

Acredito que o eleitor feirense esteja vivendo um período de dúvidas provocadas pela posição que deva adotar nas eleições municipais de 2020.

Na verdade, a tomada de decisão gera dúvidas e talvez para alguns até insegurança. Ela vem com as incertezas sobre o social, o econômico e até mesmo político. As atitudes se baseiam na  autoproteção, que fala mais alto.

O feirense com certeza acredita que a mudança se faz necessária mais ainda não descobriu o porto para uma atracação confiável.

Isso me faz recordar a depressão de 29 e a segunda guerra mundial. Os Estados Unidos procuraram a união de propósitos, a Alemanha Nazista, uniu-se pelo ódio.

No Brasil a nossa juventude com ideias progressistas foram os primeiros a dominar os novos métodos de mobilização social pelas redes sociais. Era a rapaziada que participava do Fórum Social Mundial, organizando mobilizações pelo que acreditavam ser as mudanças  necessárias.

O descaso político das esquerdas para com esses jovens permitiu o avanço da direita conservadora e agora da estrema direita, permitindo a chegada de Bolsonaro ao poder.

Não foi uma renovação, foi uma mudança que não se acreditava que fosse possível  ocorrer, feita por fundamentalistas oportunistas de diversas facções com um discurso violento e preconceituoso.

Em Feira de Santana a direita conservadora, na figura do seu maior líder político, José Ronaldo, mantém o poder a mais de 20 anos e tem perspectivas reais de prolongar por mais 10 anos se sair vitorioso nessa eleição de outubro.

Feira é a minha cidade. Ela se submeteu ao domínio de um único grupo político que completa esse ano duas décadas no poder. E mesmo com um governo exercido por Colbert, que não atende os anseios da comunidade, poderá chegar ao seu segundo mandato, dependendo apenas da mobilização e do apoio do ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho que é considerado o maior líder político e definidor do processo eleitoral no município.

Entretanto o processo é diferenciado das eleições anteriores, o prefeito Colbert Martins  não possui capilaridade eleitoral e carisma como o anterior, na época do médico e ex-deputado estadual, Tarcízio Pimenta, que mesmo apoiado por Ronaldo realizou  um dos piores governos do município.

Administração dele não foi obstáculo para Ronaldo se eleger, mais uma vez, no primeiro turno.

Na verdade, a administração pública exige sensibilidade política. Essa qualidade não existe no prefeito Colbert. Não sabe ocupar espaços, não tem afinidade para construir alianças. Cisca em demasia.

Atualmente as políticas públicas são rasas em suas ações, passam por um desmonte quase imperceptível, pois o foco está sendo dirigido em outra direção.

Vivemos atualmente em Feira de Santana oportunidades de reorganização política, social e econômica. As mudanças no comando político do município são imprescindíveis.

Já li em alguns comentários de analistas políticos que as eleições deste ano serão realizadas sob o manto de que o municipalismo e a descentralização surgem como grande instrumento de aprofundamento da democracia e da participação social na elaboração das políticas públicas.

O município precisa urgentemente retomar suas ações de controle diante da política nacional para um desenvolvimento mais visível na perspectiva de ampliar a qualidade de vida dos seus cidadãos.

Vou acreditar que as mudanças políticas e de gestão inovadora ocorrerão em nossa cidade.

Realização de cadastramento de um sistema de redes sociais por bairros e grupos de interesse, visando manter o prefeito ciente das prioridades de cada morador para sua comunidade, além de possuir o conhecimento sobre as deficiências dos serviços públicos que estão sendo prestados em sua administração.

Sem dúvida este pode ser o maior desafio do gestor em atrair todos os movimentos sociais e torna-los protagonistas em seu governo.

A disseminação de universidades federais pelo PT além do incentivo incondicional a pesquisa, sem dúvidas foi uma célula importante para o desenvolvimento educacional do país, que vem sendo sistematicamente desconstruído pelo governo federal.

Chegou o momento de o município ficar mais próximo das Uefs, com uma administração de valorização das qualidades acadêmicas, que trará uma melhor condição de custo benefício na elaboração de projetos e outras atividades afins.

O turismo em Feira de Santana é abandonado diante de suas riquezas naturais pela falta de estudos de viabilidade e criação das reais condições de expansão.

Nunca existiram ações concretas para a formação de uma infraestrutura de organização da cadeia produtiva, de definição dos papéis de cada setor em um plano integrado de turismo.

O que existe no momento é uma intencional fragmentação eleitoral, uma troca ampla de favores, pelo grupo político que domina o município para se manter à frente de um comando visivelmente considerado ditatorial, deixando os demais fora do jogo.

As oposições devem entender que esse é o momento de aglutinação em torno de princípios e práticas políticas, se quiserem mudar esse jogo que já está sendo jogado.

Não resta dúvida de que as eleições municipais no país será o grande laboratório para a edificação de pacto político nacional.

Carlos Lima

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