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Feira: lero-lero político tem sido a tônica em ano eleitoral/ Sérgio Jones*

José Carneiro, presidente da Câmara

A prática de enganar o povo dando a aparência que está assumindo novos rumos na política, em benefício dos mesmos, é uma velha retórica conhecida de todos, se não é, deveria ser.

Em discurso proferido na tribuna da Câmara Municipal de Feira de Santana, nesta segunda-feira (16), o vereador e presidente do Legislativo, José Carneiro Rocha (PSDB), anunciou sua desfiliação do partido e informou que está “estudando” para qual irá migrar, mas faz a seguinte ressalva, desde que o mesmo faça parte da base do prefeito Colbert Martins (MDB).

“Quero anunciar a minha carta de desfiliação do PSDB, agradecendo à senhora pelo carinho, respeito que sempre teve conosco, e dizer que continuo admirando o PSDB. Desejar à senhora e todo o partido boa sorte, que consiga fazer uma boa chapa e eleger homens de bem que consiga lutar pelo bem da cidade”, afirmou, agradecendo à vereadora Eremita Mota, presidente municipal do partido em Feira.

José Carneiro deu continuidade ao bolodório político, que podemos resumir como conversa animada sem resultado prático: “Saio convicto de que honrei a nossa passagem pelo PSDB. Esquece o “modesto” legislador que elogio de boca própria é vitupério. Nenhum deles diz ter praticado nada que desabone as suas ”virtudes irretocáveis”.

Todos, em tese, são perfeitos, virtuosos e sempre buscam o bem-estar social da coletividade. O lero-lero é longo e enfadonho, não convence nem mesmo a quem está fazendo uso dele.

No final do manjado discurso pede cinicamente para que o povo feirense o reconduza ao poder.

Essa tem sido a meta dos políticos de plantão, ao chegarem ao poder, tentam se perpetuar nele. Justificando as suas próprias realizações, como se as mesmas fossem as da coletividade.

Se assenhoram do poder público para defender os seus interesses mesquinhos e privados. Uma malandragem que se repete na velha política que reluta a qualquer tipo de mudanças. Tudo deve permanecer como de hábito.

Mudanças implicam em contrariar interesses dos que vivem chafurdando nos privilégios para continuarem a mamar nas tetas fartas e profanas do poder.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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