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Funcionários saquearam mais de 2,5 milhões de reais do poder público/ Por Sérgio Jones*

Saqueadores

O que acontece no mundo, em especial no Brasil, foge ao bom senso e a realidade dos tempos. A avidez e a “ necessidade” humana de se apropriarem, além do necessário das coisas que realmente necessitam, causa acúmulo de alguns poucos e o desespero pela ausência do básico, para muitos.

Sabendo que somos seres finitos e que ao nascer nada trazemos e ao morrer nada levaremos, mesmo diante dessa realidade inexorável, o ser humano deixa transparecer que o saco da ganância não tem fundo. Sabiamente existe um provérbio em que sentencia a seguinte frase: “Aquele que ama o dinheiro nunca se fartará dele; quem ama a abundância nunca se farta da renda. Isto também é vaidade e cobiça”.

Está abertura foi para externar minha indignação, e falar um pouco do muito que ainda pode ser dito, sobre a prática adotada por mais de 500 mil funcionários públicos que receberam e se locupletaram de forma criminosa, o benefício do Bolsa Família.

A Fraude foi detectada pelo Ministério Público Federal, o custo deste ato repugnante já supera um prejuízo em mais de R$2,5 bilhões de prejuízos para os cofres públicos. Valores desviados por quem deveria fiscalizar e zelar pelos interesses da coletividade. O rombo financeiro corresponde a 4,5% do total pago pelo programa no período.

O mais cruel de todo este ato condenável é que casos como esses se multiplicam nas mais diversas esferas tanto do setor privado como estatal. No caso específico dos funcionários o ministério disse que vai cobrar fiscalização rigorosa.

Importante observar que foi realizada uma investigação que levou em conta cruzamento de dados da Receita Federal, de Tribunais de Contas, do TSE e do Ministério do Desenvolvimento Social, este que é responsável pelo programa do Bolsa Família. O roubo foi praticado pelos funcionários públicos entre 2013 e 2014.

Enquanto todo este circo de horrores acontece, no outro lado da ponta da corda encontram-se centenas de famílias carentes, que esperam por mais de dois anos para começar a receber o benefício. As apurações engendradas até o presente momento apontam que foram envolvidos mais de 584 mil servidores públicos, sendo que 318 eram empresários, 89 mil recebiam a bolsa de R$160, mas tinham feito doação para candidatos que disputaram campanhas eleitorais, e 49 mil beneficiários estavam mortos.

Corrupção não é uma exclusividade nossa, ela existe em todas as partes do planeta, em alguns países mais que outros. O que nos diferencia dos demais, é no que concerne a punição.

Enquanto em outras localidades elas são severas, por aqui os poderes demonstram um maior grau de tolerância. O que contribui e incentiva esta prática tão nociva à sociedade e ao pleno desenvolvimento de uma nação séria e comprometida com os reais valores que devem nortear o comportamento humano.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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