De acordo com especialistas em ética, não há lei que regule a pesquisa em tecnologia de edição de genes, com isso, ela poderia ser utilizada para fins militares.
A comunidade científica mostra certa preocupação sobre a nova ameaça para a humanidade, que pode surgir, caso cientistas amadores ou de má índole comecem a manipular o DNA.
“Você só tem que pensar naqueles cenários de ficção científica onde os embriões são editados para se tornarem soldados muito poderosos que não precisam dormir, não sentem dor e são eficazes em batalha”, afirmou a professora Christiane Woopen, diretora-executiva da Universidade de Colônia (Alemanha).
A professora ressalta que apesar de ser um cenário biologicamente irrealista, há o risco de que os cientistas tentem realizar tais proezas, já que se trata de uma tecnologia poderosa e que pode ser prejudicial caso caia em mãos erradas.
A modificação genética virou debate internacional, já que suas vantagens e riscos são questionados por muitos, principalmente a alteração genética em seres humanos. Os debates ganharam ainda mais força depois do nascimento de Lulu e Nana, duas garotas chinesas que alegadamente são os primeiros seres humanos cujo DNA foi alterado utilizando a tecnologia CRISPR-Cas9, ostensivamente para torná-las imunes ao HIV.
“Você poderia, por exemplo, editar geneticamente as bactérias que são muito infecciosas e provocam doenças desastrosas, e que podem ser transmitidas de uma pessoa para outra de maneira muito simples, criando uma epidemia com uma doença muito grave”, alertou Christiane Woopen.
Woopen ainda ressalta a simplicidade das técnicas e que não é necessário ser um grande especialista para utilizar a tecnologia CRISPR, bastando apenas obter um kit de edição de genomas pela Internet.
Sputnik