Havia muita religiosidade em Israel, quando Jesus Cristo iniciou o Seu Ministério.
Inúmeros eram os sacrifícios, os holocaustos, as oferendas que se ofereciam como contribuição espiritual para se livrar do pecado.
Fariseus, saduceus e escribas, muitos religiosos de todas as cores e aspectos, se multiplicavam em práticas e observâncias dos seus mais rigorosos ritualismos.
Eram os rabinos extremados pela posse e guarda da Lei A. Testamento em formação, e os mestres de Israel, que se sentavam, engalanados na cadeira de Moisés, por se julgarem cumpridores da Lei e seus fiéis intérpretes, atraindo dessa forma a atenção do povo para os seus ensinamentos.
Os sacerdotes eram os intercessores ou intermediários junto a Deus, para Lhe oferecer os sacrifícios dom povo.
Eram os cultuadores, que não hesitavam em fazer longas orações pelos cantos das ruas para serem vistos dos homens, demonstrando que sofreram a reprimenda do Mestre.
Eram almas aparentemente caridosas, e algumas eram de verdade, que fartamente estendiam, suas mãos para dar esmola ao pobre, e que, conservando nas sinagogas, sempre acesa uma luz, noite e dia, por que supunham, dessa forma, ter toda a luz da vida eterna em suas almas.
As sinagogas judaicas viviam, noite e dia, cheias de fiéis, de ofertantes, de religiosos, salvo raríssimas exceções e apontado o verberado pelo Divino Mestre, que assim dizia: “Bem profetizou de vós Isaias escrevendo: Este povo me honra com os lábios; mas o seu coração está longe de mim; é fácil a meus olhos o culto que me prestam; não ensinam senão preceitos humanos” (S. Marcos 7: 6-7; Isaias 29:15).
E, meus irmão, em face desse lamentável estado espiritual, tão lamentável que, certa vez o Divino Doutrinador comparou-os a “sepulcros branquiados” que pastam na podridão. Foi necessário o brado de guerra do Salvador e Sua própria morte na Cruz.
Daí se aquela religiosidade toda valesse alguma coisa, não havia necessidade da revolução espiritual processada e pregada por Jesus e seus fiéis apóstolos e discípulos.
ELE não teria sido sacrificado, crucificado e morto.
E, como os daquele tempo, são hoje a grande maioria dos religiosos.
Veja se consegue penetrar no fundo dos seus corações, examine-os profundamente à luz do sol, veja o move os seus sentimentos religiosos, observe-se os passos de sua vida e sua conduta.
Na maioria esmagadora poderemos constatar a comercialização da imagem, dos ensinamentos e da evangelização da pregação e do próprio nome de Jesus Cristo.
Constataremos também que a grande parte apenas ostenta religião, segue formalismo e um cerimonialismo e nada mais.
Em nossos estudos não podemos deixar de passar pelo Rui Barbosa, o imortal brasileiro, que se expressou sobre a degradação do sentimento religioso da seguinte forma:
“Percorri toda a Europa neolatina; contemplei toda a América Espanhola; estudei o Brasil; e da piedade cristã não achareis nada”.
“Por toda essa área imensa o joio do fanatismo, da beataria, do farisaísmo religioso.” “A verdadeira piedade, a flor celeste da caridade cristã, definhou, perdeu-se no meio da semente maldita”.
Continua Rui: “Apenas nas regiões mais altas, como “deritos fósseis” de um mundo exausto e granitificado, estende a incredulidade a sua superfície árida e nua.”
“É debaixo dessa superstição que dormem os vulcões inextinguíveis, nas revoluções sinistras do servilismo, da intolerância ou da corrupção, por cima o solo inerte, e por baixo e chama sanguinolenta dos maus instintos populares, as conjurações do ódio, da superstição e da rapina”.
Meus irmãos esses religiosos já foram condenados, eles têm a aparência da piedade, mas negam a eficácia dela.
Pesquisa de Carlos Lima