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O trecho da Bíblia que os evangélicos deveriam ler antes de apoiar Bolsonaro

Antes de apoiar a chapa Jair Bolsonaro / General Mourão, os evangélicos deveriam ler o que a Bíblia diz sobre estupidez

Bolsonaro se batiza no rio Jordão

Bolsonaro tem ocupado o noticiário a reboque da declaração brilhante de seu vice, o general Mourão, segundo o qual o Brasil herdou a “indolência” da cultura indígena e a “malandragem” do africano.

O capitão defendeu o general mostrando ignorar o significado de indolência. “É a capacidade de perdoar? O índio perdoa!”, chutou.

Sobrou até para o ex-ministro, senador e guru da extrema direita Roberto Campos, que teria inspirado o raciocínio.

Em sua cavalgadura rumo ao Planalto, Jair Bolsonaro não hesitou em se converter evangélico pelas mãos do pastor Everaldo no rio Jordão, em Israel.

É amigo de sumidades como Feliciano e Malafaia, sua mulher Michelle é assembleísta e ele frequenta qualquer palanque ou marcha de fundamentalistas religiosos.

Bolsonaro tem o apoio de multidões evangélicas porque é o guardião dos “valores da família”, alegam.

Mas e a inteligência?

Não é um valor familiar?

Os crentes não teriam obrigação de nos proteger da estupidez dessa dupla?

O que a Bíblia diz sobre isso?

Em Eclesiastes, o rei Salomão aponta que “o número de estultos é infinito”. Perfeito o diagnóstico.

Questiona: “Até quando, ó estúpidos, amareis a estupidez?

E até quando se deleitarão no escárnio os escarnecedores, e odiarão os insensatos o conhecimento?”

Adverte: “O desvio dos néscios os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá”.

O italiano Carlo Cipolla, historiador econômico e medievalista, é autor de um ensaio chamado “As Leis Fundamentais da Estupidez Humana”, lançado em livro.

Resumiu o fenômeno do bolsonarismo, que transcende a questão ideológica:

“Esse grupo é muito mais poderoso do que a Máfia, o complexo militar-industrial ou a internacional comunista; se trata de um grupo desprovido de estatuto, sem estrutura nem constituição, sem chefe nem presidente, que consegue, no entanto, funcionar de maneira perfeitamente coordenada, de tal maneira que a atividade de cada membro contribui para ampliar e tornar mais forte e mais eficaz a de todos os outros.”

Os néscios, reclamava Salomão nos Salmos, “me rodeiam como vespas”.

Estava ou não descrevendo o Brasil?

Kiko Nogueira

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