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Poeira de estrelas mais antiga que Sol é encontrada em meteorito que atingiu Terra

© Fotolia / Vadimsadovski

Um meteorito que caiu no sudeste da Austrália em 1969 continha o material mais antigo já alguma vez encontrado na Terra: poeira de estrelas formada há bilhões de anos, antes da formação do Sistema Solar.

O mais antigo de 40 pequenos grãos de poeira presos dentro dos fragmentos de um meteorito recuperado próximo da cidade de Murchison, no estado australiano de Victoria, data de cerca de 7 bilhões de anos atrás. Isso é equivalente a cerca de 2,5 bilhões de anos antes da formação do Sol, da Terra e do resto do Sistema Solar, disseram os pesquisadores.

‘Cápsulas do tempo’

Comparativamente, a idade do Sol está estimada em 4,6 bilhões de anos e a da Terra em 4,5 bilhões de anos.

Os cientistas explicam que esses “grãos pré-solares” encontrados na rocha espacial caída (que pesa cerca de 100 quilos) foram expulsos para o Universo após a morte de algumas estrelas.

“Estes são os materiais sólidos mais antigos já encontrados, e nos contam como as estrelas se formaram na nossa galáxia”, relatou Philipp Heck, líder do estudo.

Segundo o especialista, estes componentes são pó de estrelas – partículas que ficaram presas em meteoritos, onde permaneceram inalteradas por bilhões de anos, até se tornarem “cápsulas do tempo de uma era antes do Sistema Solar”.

Os grãos pré-solares mais antigos datam de há mais de 5,5 bilhões de anos, mas a maioria era mais jovem, e tinha entre 4,6 e 4,9 bilhões de anos de idade.

Ao analisar esses dados, os cientistas sugerem que eles apareceram durante um episódio de grande atividade de formação de estrelas, antes do aparecimento do Sistema Solar, há 7 bilhões de anos.

Os detalhes da pesquisa foram recém-publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Micrografia eletrônica de um grão pré-solar no meteorito de Murchison com cerca de 8 micrômetros de comprimento.
Micrografia eletrônica de um grão pré-solar no meteorito de Murchison com cerca de 8 micrômetros de comprimento. Foto: © REUTERS / HANDOUT

 

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