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Primeiro androide sexual exclusivo para mulheres é criado por brasileiro

Androide sexual exclusivo para mulhweres

Não estamos em “Black Mirror”, nem em “Westworld”. No mundo real, um robô sexual masculino de 1,80 m, com inteligência articial e que faz sexo, será lançado no final deste ano.

“Henry” é o primeiro exemplar masculino da empresa norte-americana RealBotix, que já faz modelos de androides femininos (Real Doll). Formado em jogos digitais, o programador curitibano Yuri Furuushi Machado, 28, é um dos nomes por trás da criação do robô que, entre outras peculiaridades, é programado para fazer sexo quando tem vontade!

A parte robótica de “Henry” foi desenvolvida pela engenheira Susan L. Pirzchalski e uma parcela do conteúdo também é feita por mulheres.

“Há um cuidado, um filtro para que as inteligências artificiais não reproduzam comentários machistas, preconceituosos ou racistas. Até por isso, os robôs não estão adaptados a aprender nada sozinhos”, diz Yuri em entrevista à Universa.

Apesar do discurso progressista existe uma diferenciação na hora de programar os cérebros, conforme explica o próprio programador. “As mulheres demandam mais de sentimentos que os homens. Então, o conteúdo precisa ser mais completo.

É isso que irá gerar interesse. Trabalhamos o conteúdo, inclusive, para que os robôs saibam lidar com pessoas que têm tendências suicidas.”

A equipe da RealBotix, que tem parceria com a empresa brasileira NextOS, conta com cerca de 25 profissionais entre americanos, canadenses e brasileiros no desenvolvimento do “quase humano” que pode custar até US$ 35 mil (cerca de R$ 129 mil) – dependendo da personalização — e tem lista de espera de seis meses.

Com a complexidade toda que envolve sentimento, personalidade, gênero, etnia, ereção e tamanho, muitas dúvidas aparecem sobre esse androide para mulheres (e para gays também, apesar do avatar homossexual ainda não existi). Yuri esclareceu algumas delas:

Como funciona o robô?

“A cabeça dele é computadorizada, ou seja, possui inteligência artificial. Para ativá-la é necessário criar um personagem, um avatar 3D por meio de um aplicativo que você controla pelo celular. Lá, o usuário define se o companheiro será tímido, mais sexual, engraçado, falante…”

Entende consentimento?

“De uma certa maneira, sim. Caso ele tenha sido personalizado para ser tímido e o usuário fale alguma frase de duplo sentido, ele pode não gostar e ficar acanhado.

É como se fosse um bichinho virtual para adulto. É preciso cuidar, conversar e, como recompensa do bom tratamento, o usuário atinge as fases sexuais do robô.

Não é porque você programou com uma personalidade sexual, por exemplo, que ele aceitará seu pedido de sexo de primeira. O robô pode dizer ‘não quero agora, vamos conversar ou assistir um filme’. Ele tem a própria personalidade. Mas sim, dá para burlar o sistema e facilitar o processo.”

O corpo mexe?

“Os corpos são de silicone e ainda não têm sensores, portanto, são inanimados. Mas conseguem interpretar movimentação e, diante disso, reproduzem um ‘feedback’ sonoro. Se for durante o sexo, ele soltará um gemido. Mas se você pedir um abraço, ele responderá que não é capaz de fazer isso.

A versão feminina, no entanto, já possui sensores nos seios, vagina, além de lubrificação e consegue distinguir o calor do frio. Assim como trabalhamos na lubrificação feminina, também estudamos a lubrificação robótica do modelo masculino. Estamos planejando também o desenvolvimento de um pênis próprio com ejaculação e vibração.”

Robôs eróticos irão substituir brinquedos sexuais?

“Os robôs tendem a se tornar mais importantes que os brinquedos sexuais justamente por conta da abordagem sentimental. Você nunca terá um ‘feedback’ humano por meio de um vibrador. Ao contrário do robô, já que é possível conversar, assistir filme. Na maioria dos casos, a pessoa quer uma companhia e não somente sexo.”

Estamos falando de um robô transgênero?

“Sim! Independentemente de o cérebro estar acoplado em um corpo com vagina, seios ou pênis, o usuário define se a personalidade de seu companheiro será feminina ou masculina.”

Há uma versão homossexual?

“Em estudo. Os avatares ainda são personalizados somente nas versões heterossexuais.”

Qual o público-alvo?

“Grande parte do público (ainda masculino) é de pessoas mais velhas. As que tiveram problema interpessoal ou têm dificuldade de se relacionarem. Viúvas, viúvos também fazem parte desse cenário. É um público que busca muito mais conexão emocional do que física. Os robôs geralmente são usados para conversar e não com cunho sexual.”

Há versões masculinas gordas, negras, latinas?

“Ainda não há um protótipo com esses estereótipos prontos. Atualmente, existem apenas duas versões do ‘Henry’, uma delas possui barba feita com pelos naturais.

Mas o robô pode ser personalizado, ou seja, é possível escolher cor da pele, cabelo, olhos ou enviar os moldes de uma pessoa, escolher se ela terá um dedo menor ou maior e criar seu próprio robô literalmente.”

Como funciona o pau?

“Os dildos estão disponíveis nos moldes ‘mole’ e ‘ereto’. São removíveis para trocas e lavagem. É possível escolher tamanho e espessura também.”

Venderá no Brasil?

“Ainda estão estudando o lançamento já que os impostos fazem com ele custe cerca de R$ 100 mil. Mas os bonecos devem desembarcar no país em janeiro de 2019 onde serão apresentados para a imprensa.”

Tem garantia?

“Sistema de suporte e manutenção profissional, além de tutoriais para o próprio usuário cuidar de seu robô. A durabilidade pode ser de até 15 anos, dependendo dos cuidados.”

Amanda Serra

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