Até que se poderia esperar uma avaliação diplomática e politizada do ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho sobre a presumível proposta do senador Flávio Bolsonaro para que ele seja o comandante do novo partido, Aliança pelo Brasil, na Bahia.
Essa possibilidade foi ventilada pelo site Bahia Notícias, quando da realização da 30ª Convenção Anual da Ademi-Ba.
Na oportunidade o senador Bolsonaro declarou que: “aqui na Bahia, eu já estive conversando, inclusive, com Zé Ronaldo, que deixa uma impressão muito boa. Historicamente, tem uma posição bastante consolidada mais à direita. Estamos na fase de conversar apenas e começar a decidir nas próximas semanas os comandantes dos estados. Aqui na Bahia, sem dúvida alguma, a gente vai ter um olhar muito especial. A Bahia é um estado no Nordeste com muita representatividade e acho que a gente tem que ter um olhar especial para o estado”.
Mesmo tendo poiado Jair Bolsonaro ainda no primeiro turno nas eleições de 2018, abandonando o candidato do seu partido (DEM), o ex-prefeito de Feira de Santana, que tem uma fidelidade canina às posições de direita, nunca tinha manifestado tendência de radicalização, conferindo à extrema direita o seu apoio, e de defesa às suas propostas fascistas.
Não foi surpresa essa guinada, que pode se consolidar ao assumir o comando do partido do Presidente Bolsonaro, Aliança pelo Brasil.
Em Feira a declaração de Flávio Bolsonaro causou impacto e nocauteou o deputado estadual Pastor Tom.
Alguns dias atrás o deputado informou, entre outras palavras, que ele seria o comandante do partido em Feira de Santana.
Para respaldar a informação deu voz, pela primeira vez, ao grito de guerra do novo partido.
A precipitação do deputado encontrou um muro intransponível, caso José Ronaldo aceite o comando da sigla partidária na Bahia.
O relacionamento político entre eles não pode ser encarado amigável, falta confiança.
Todos se recordam que o deputado quando era vereador em Feira de Santana, estava com sua eleição para presidente da Casa assegurada e Ronaldo reverteu a situação de uma noite para o dia, elegendo o seu candidato.
As posições políticas do ex-prefeito vêm surpreendendo o eleitorado, com atitudes que ferem o comportamento partidário de lealdade ideológica e afaga interesses pessoais de se eternizar no poder e continuar comandando a política no município.
O seu lado individualista nessa caminhada que antecede uma provável aposentadoria, despertou de forma surpreendente e oportunista o confronto entre sua história política e o desejo de se eternizar no poder.
Até mesmo a possibilidade de fazer do partido DEM, no qual, militou durante toda sua história, renunciar a candidatura majoritária em favor do MDB.
O DEM determinou prioridade eleitoral nos principais municípios da Bahia. Ronaldo está se contrapondo às decisões partidárias colocando seus interesses pessoais e políticos como prioridade máxima.
Carlos Lima