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Sociólogo afirma: “famí(g)lia” Bolsonaro é herdeira de grupos de extermínio / Por Sérgio Jones*

O grupo do Bozo

Em uma excelente entrevista concedida à jornalista Marina Simões da Agência Pública, agência de jornalismo investigativo, no início do ano, O conceituado sociólogo José Cláudio Souza Alves, que estuda as milícias há 26 anos, explica com muita lucidez as relações mantidas entre legisladores e milicianos, ele com muita segurança declara que a família Bolsonaro é herdeira política de deputados ligados a grupos de extermínio nos anos 90.

Embora já tenha passado algum tempo em que a matéria foi divulgada, ela continua mais atual do que nunca.

Durante a longa entrevista afirma o sociólogo que a “A milícia é o Estado”. E que a mesma é formada pelos próprios agentes do Estado. “É um matador, um miliciano que é deputado, que é vereador.

É um miliciano que é Secretário de Meio Ambiente. Sem essa conexão direta com a estrutura do Estado não haveria milícia na atuação que ela tem hoje”, acrescenta.

No desenvolvimento da entrevista afirma Alves ser comum familiares de milicianos serem empregados em gabinetes de deputados e vereadores.

Esse vínculo lhe dá poder naquela comunidade. Ele vai ser chamado agora na comunidade: ‘Olha é o cara que tem um poder junto lá ao Deputado, qualquer coisa a gente resolve, fala com ele, que ele fala com a mãe e com a esposa e elas falam diretamente com o Flávio e isso é resolvido”.

Também explica que: “Cinco décadas de grupo de extermínio resultaram em 70% de votação em Bolsonaro na Baixada”.

Em seguida faz um breve e preciso histórico do surgimento dessas milícias que estourou na época da ditadura militar com muita força: Em 1967 surge a Polícia Militar nos moldes atuais de força ostensiva e auxiliar aos militares naquela época.

E a partir daí há o surgimento dos esquadrões da morte; No final dos anos 1960, as milícias surgiram como grupos de extermínio compostos por Policiais Militares e outros agentes de segurança que atuavam como matadores de aluguel.

Mas garante o sociólogo, “esses esquadrões da morte vão estar funcionando a pleno vapor nos anos 1970”. E que a partir dessa data é que começa a surgir a atuação de civis como lideranças de grupos de extermínio, mas sempre em uma relação com os agentes do Estado.

Isso ao longo dos anos 1980. Com o retorno da democracia, esses mesmos matadores dos anos 1980 começam a se eleger nos anos 1990. Se elegem prefeitos, vereadores, deputados.

Ele vincula o assassinato de Marielle Franco, Patrícia Acioli e também, Tânia Maria Sales Moreira que foi promotora em Duque de Caxias que era jurada de morte, mas morreu de câncer.

”Essas três, tinham esse perfil. São mulheres com muita coragem, muita determinação, muita verdade do lado delas, elas não se subordinam, não se submetem. Esse tipo de mulher esses caras não suportam”.

E finaliza a entrevista afirmando que quem matou essas mulheres foram os grupos de extermínio e estes, estão fortemente associados a milicianos.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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