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O ódio transformou o Senado em Câmara e Renan em Delcídio

Renana confessou crime na vista do presidente do STF

Como no dia em que Joaquim Barbosa disse a Gilmar Mendes que ele não estava falando “com seus capangas lá do Mato Grosso” no plenário do Supremo Tribunal Federal, a sessão do  Senado Federal tem de ser suspensa.

Só pode continuar por muita falta de vergonha, depois do episódio provocado, no microfone do plenário, pelo senador Renan Calheiros, dizendo que Gleisi Hoffman não poderia falar que a Casa “não tinha moral” para julgar a presidenta Dilma Rousseff, porque ele, ” o presidente do Senado Federal conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e do seu esposo, que havia sido feito pela Polícia Federal.”

Gleisi nega, mas ainda que seja verdade, é a confissão pública que Renan pressionou indevidamente o Supremo e que este aceitou a pressão e interferiu indevidamente num inquérito.

Confissão feita diante do presidente do STF, que presidia a sessão.

O que fez Renan só se diferencia daquilo que levou Delcídio do Amaral à prisão pro ser mais explícito e feito em público e diante de Lewandowski.

Gleisi dizer que o Senado não tem moral para julgar Dilma é uma opinião.

Pode-se discordar dela, embora o fato de diversos senadores – o próprio Renan, Romero Jucá, Aécio Neves e Aloysio Nunes, para ficar com os “graúdos” estão sendo investigados pelo recebimento de vantagens, delatados – a maioria – mais de uma vez.

Já o que fez Renan é a confissão de um fato e um fato criminoso.

Como todos são mesmo imorais, vão continuar, fingindo que Renan não disse nada e prometendo todos serem bons meninos e meninas, para que o julgamento ande rápido e não atrapalhe a viagem de Michel Temer ao exterior.

Se o Senado não tinha moral para julgar a Presidenta da República, certamente agora não tem, quando dentro dele, diante das câmaras de TV e do presidente do STF se confessa um crime e nada acontece, a não ser servirem um copo d’água com açúcar a Renan Calheiros.

Fernando Brito

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