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operadores foragidos e caçados pela operação Lava Jato são presos em Miami

A família Luz, Bruno e Jorge operadores de propina

A polícia de imigração americana, em cooperação com a Polícia Federal brasileira, localizou e prendeu os lobistas Jorge Luz e Bruno Luz, alvos de mandados de prisão preventiva na Operação Blackout, 38ª fase da Operação da Lava Jato.

Eles são apontados pelas investigações como operadores de propinas para o PMDB na Petrobras, e estavam foragidos da polícia Federal, foram localizados pela polícia americana e presos em Miami.

Os dois enviaram ofícios ontem ao juiz federal Sergio Moro e a delegados da PF informando que voltariam ao Brasil “o quanto antes”.

A PF já está providenciando o traslado deles para o Brasil. Pai e filho ficarão presos em Curitiba.

Jorge é considerado pelos investigadores como uma espécie de “operador dos operadores” e teria movimentado 40 milhões de dólares em propina em 10 anos, oriundos, sobretudo, de contratos da diretoria Internacional da estatal petrolífera.

Segundo os investigadores, o lobista opera na estatal desde os anos 1980. Seu filho, Bruno, atua como “herdeiro” dos negócios escusos do pai.

O procurador Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da Lava Jato, afirmou ontem que os operadores teriam “fortes conexões tanto com diretores corruptos da Petrobras quanto com agentes políticos (diretores da estatal e políticos) do partido PMDB“.

Mattos não citou nomes, mas confirmou que os políticos envolvidos são em sua maioria pessoas ainda no exercício dos cargos – e, portanto, com foro privilegiado –, sobretudo senadores.

Ele disse ainda que havia um senador responsável pela divisão dos valores entre os demais envolvidos.

Jorge e Bruno Luz foram citados nas delações premiadas do também lobista Fernando Baiano e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Antes de se entregar à Justiça, Baiano chegou a se refugiar na casa de Jorge Luz. No ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, relacionou o nome de Luz no processo principal da Lava Jato no STF.

Ullisses Campbell

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