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Rentabilidade dos bancos continua em elevação, diz Banco Central

Prédio do Banco Central em Brasília Foto: Agência O Globo

A rentabilidade das instituições financeiras continua em elevação, mas demonstra sinais de desaceleração, segundo informou nesta quinta-feira (10) o Banco Central do Brasil.

No Relatório de Estabilidade Financeira, o BC informou que “os aumentos da rentabilidade no primeiro semestre de 2019 foram influenciados pela retomada gradual do crescimento da carteira de crédito, com maior participação do crédito às famílias e às PMEs [pequenas e medias empresas]”.

Segundo o Banco Central, a tendência de desaceleração da rentabilidade “deve-se ao esgotamento da redução das despesas de provisão e da expectativa de retração dos ganhos de eficiência operacional”. As provisões são reservas dos bancos para cobrir eventuais perdas com devedores. A redução dessas reservas foi um dos fatores que influenciaram o elevado aumento da rentabilidade dos bancos em 2018.

Crédito

O relatório aponta que o ritmo de crescimento do crédito às famílias é o mais elevado desde o final de 2015 e que o avanço é favorecido pelas taxas de inflação e de juros historicamente baixas, e pelo aumento médio da confiança do consumidor nos últimos quatro anos.

O documento dá destaque para as modalidades voltadas ao consumo, que avançam em ritmo semelhante ao início da desaceleração do mercado de crédito em 2012. Segundo o BC, “o crédito às pessoas físicas deve continuar em ascensão”.

Já o crédito para as empresas voltou a recuar, mas esse recuo foi compensado, segundo informou o Banco Central, pelo forte crescimento do financiamento através do mercado de capitais, com a emissão, por exemplo, de debêntures.

Reforma da Previdência

O BC informo ainda que o mercado financeiro permanece apreensivo em relação a atrasos ou interrupções na aprovação da reforma da Previdência, mas a preocupação perdeu força após a reforma ser aprovada na Câmara dos Deputados. A instituição destaca, no entanto, que os riscos políticos-fiscais ainda são a maior preocupação do mercado financeiro.

“Os riscos político-fiscais, embora ainda predominantes na pesquisa, apresentaram importante redução, refletindo a aprovação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados. A percepção sobre ciclos econômico e financeiro apresenta-se moderadamente positiva”, afirmou o documento.

O documento destaca ainda que os riscos associados ao cenário internacional ganharam importância na última pesquisa, em decorrência do acirramento das tensões comerciais entre EUA e China e das preocupações crescentes com a desaceleração da atividade econômica global.

Laís Lis

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