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Temer define regras para privatização da Eletrobras

Planalto divulgou íntegra do texto, que será enviado ao Congresso na próxima segunda. Na semana passada, Justiça suspendeu medida que incluía estatal no programa de desestatização.

Palácio do Planalto divulgou nesta sexta-feira (19) projeto de lei com regras para a privatização da Eletrobras. O texto será enviado pelo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional na próxima segunda (22).

O governo conta com a privatização para engordar o caixa do Tesouro Nacional em 2018. A previsão é a arrecadação de R$ 12,2 bilhões com a privatização.

Pelo texto, a privatização se dará por meio do aumento do capital social da empresa, que oferecerá novas ações na bolsa e, com isso, a participação dos atuais acionistas será diluída.

De acordo com a proposta, o aumento de capital social poderá ser acompanhado de oferta pública secundária de ações da União. Isso significa que o governo pode vender suas ações na empresa e o dinheiro arrecadado vai para os cofres públicos – e não para o caixa da empresa.

Empresas controladas pelo governo, direta ou indiretamente, também poderão vender sua ações na Eletrobras.

Hoje a União tem 51% das ações ordinárias (com direito a voto) e fatia de 40,99% no capital total da Eletrobras.

Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e seu braço de investimentos, o BNDESPar, têm, juntos, 18,72% do capital total da empresa.

O projeto também propõe a alteração do estatuto social da Eletrobras para impedir que qualquer acionista tenha mais de 10% das ações com direito de voto. Segundo o governo, esse limite evita “a concentração de mercado e a tomada hostil de controle por outra companhia”.

‘Golden share’

O projeto prevê também que a União deterá as chamadas “golden share” da Eletrobras após a privatização.

As “golden share” são ações especiais que dão ao detentor o poder de veto sobre alguns assuntos.

Além disso, pela proposta, o governo federal terá a prerrogativa de indicar o presidente do Conselho de Administração da Eletrobras após a privatização.

Itaipu e Eletronuclear

O governo também propõe no texto uma reestruturação societária para manter sob controle da União a Eletronuclear e a Itaipu Binacional – usina que o Brasil administra junto com o Paraguai.

As duas empresas são subsidiárias da Eletrobras, mas ficarão de fora do processo de privatização da estatal.

O projeto estipula ainda a criação de um programa de revitalização dos recursos hídricos da bacia do Rio São Francisco.

Liminar

Paralelamente à discussão do projeto a ser enviado pelo governo, a União tenta reverter na Justiça uma decisão liminar (decisão provisória) que suspendeu o artigo da medida provisória 814, que permite a privatização da Eletrobras.

A decisão suspendeu parte da MP que faz mudanças em leis relacionadas ao setor elétrico. Com isso, a parte da MP que retirava a Eletrobras e suas subsidiárias do Programa Nacional de Desestatização (PND) ficou suspensa.

A volta ao programa era uma condição necessária para que o governo pudesse levar adiante o plano de privatizar a estatal.

De acordo com o governo, a iniciativa de enviar o projeto de lei na próxima segunda “pretende dar total transparência às propostas”, para promover e antecipar os debates em torno da privatização da empresa.

Por G1

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