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José Maria Marin está entre dirigentes da Fifa presos na Suíça

A polícia suíça efetuou as prisões a pedido da Justiça americana, onde corre um processo sobre corrupção na organização.

Marin foi visto deixando o hotel entre os detidos, acompanhado de policiais que carregavam sua mala e seus pertences em uma sacola plástica.

O vice-presidente da Fifa, Jeffrey Webb, que é presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), também está entre os detidos. Eles podem ser extraditados para os Estados Unidos.

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Em nota, o Departamento de Justiça americano informou ter indiciado 14 pessoas por fraude, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha: nove dirigentes da Fifa e cinco executivos de empresas ligadas ao futebol.
Quem são os 7 presos na Suíça

 

José Maria Marin: O vice-presidente da CBF era presidente da organização até o mês passado; tem fama de ter subido na carreira por ser “o homem certo no lugar certo”.

Eduardo Li: Presidente da Federação da Costa Rica de Futebol; ia integrar o comitê executivo da Fifa na sexta-feira

Eugenio Figueiredo: Presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol); o uruguaio também é membro do Comitê Executivo da Fifa

Jeffrey Webb: Vice-presidente da Fifa e presidente da Confederação de Futebol da América do Norte e Caribe (Concacaf)

Julio Rocha: Presidente da Federação Nicaraguense de Futebol e membro do comitê de desenvolvimento da Fifa

Costas Takkas: Ex-secretário-geral da Associação de Futebol das Ilhas Cayman e ligado à Concacaf

Rafael Esquivel: Presidente da Federação Venezuelana de Futebol

O grupo é acusado de armar um esquema de corrupção com propinas de pelo menos US$ 150 milhões de dólares (mais de R$ 470 milhões), que existe há pelo menos vinte e quatro anos.

Entre as acusações que os suspeitos enfrentam estão lavagem de dinheiro, crime organizado e fraude eletrônica.

“O indiciamento sugere que a corrupção é desenfreada, sistêmica e tem raízes profundas tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos”, disse a procuradora-geral Loretta Lynch.

“Essa corrupção começou há pelo menos duas gerações de executivos do futebol que, supostamente, abusaram de suas posições de confiança para obter milhões de dólares em subornos e propina.”

Mais brasileiros

Além de Marin, outros dois brasileiros estão envolvidos nas investigações sobre corrupção na Fifa.

 

O mais conhecido deles é José Hawilla, dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina.

O Departamento de Justiça norte-americano revelou que Hawilla assumiu a culpa em dezembro do ano passado por acusações de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

O outro acusado é José Margulies, conhecido como José Lázaro, proprietários de empresas de transmissão de eventos esportivos.

Copas de 2018 e 2022

Em outro desdobramento do caso, autoridades suíças abriram uma investigação sobre como foram escolhidas as sedes para as próximas duas Copas do Mundo.

Segundo a promotoria, o caso é “contra pessoas suspeitas de gestão criminosa de verbas e lavagem de dinheiro, ligadas à distribuição de verbas para as Copas de 2018 e 2022”.

Autoridades também fizeram buscas na sede da Fifa em Zurique, onde documentos e arquivos digitais foram confiscados.

Em entrevista coletiva na manhã da quarta-feira, a Fifa disse que não há alteração nos planos de realizar as Copas de 2018 na Rússia e de 2022 no Catar.

Em nota, a organização disse que está “colaborando plenamente” com as investigações na qualidade de “parte lesada”, e que “saúda ações que possam ajudar a contribuir para eliminar práticas criminosas no futebol”.

Prisões

Os dirigentes da Fifa estavam reunidos em Zurique para o encontro anual da organização, marcado para sexta-feira, no qual o presidente Sepp Blatter buscaria um quinto mandato. Blatter não estaria entre os presos.

 

Estre os suspeitos estão (da esq. para a direita) Jeffrey Webb, Eduardo Li, Eugenio Figueredo, José Maria Marin

Segundo o jornal The New York Times, policiais à paisana pegaram a chave dos quartos dos suspeitos na recepção do hotel Baur au Lac e, sem alarde, deram início às prisões.

Eduardo Li, da Costa Rica, e o uruguaio Eugenio Figueredo, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) também foram levados pelas autoridades.

Outros nomes confirmados posteriormente foram Jeffrey Webb, Julio Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel.

Fonte: BBC

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