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GOVERNADOR JAQUES WAGNER AFIRMA: “VOU CHEGAR COM HUMILDADE. SEM HOLOFOTE”

A 11 dias de deixar o comando do Poder Executivo baiano, o governador Jaques Wagner ainda faz mistério sobre seu cargo na Esplanada dos Ministérios, mas praticamente já admite que seja mesmo o de ministro das Comunicações.

 

Ele diz que na próxima semana a presidente Dilma Rousseff fará anúncio oficial do prédio que ele ocupará na Esplanada.

 

Apesar do status de quem venceu três eleições seguidas, elegendo o seu sucessor, Rui Costa – PT) e de forte articulador político na campanha de reeleição da presidente, Wagner afirma que vai chegar a Brasília “com os pés no chão”.

 

Muito se falam de uma árdua disputa de poder entre o governador da Bahia e o atual ministro chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante.

 

Nos bastidores as informações dão conta de que o PT pode lançar um dos dois na disputa presidencial de 2018, no caso de Lula não encare a empreitada. Mas Jaques Wagner, embora não cite nomes, afirma que não vai medir força com ninguém.

 

Abaixo os principais trechos de entrevista cedida ao jornal Correio

 

Correio: Mudando da Bahia para Brasília, já sabe para onde vai? Ou se sabe, vai dizer?

 

– Não digo porque não sei, é a mais pura verdade. Ainda não teve uma batida de martelo. Fala-se muito no Ministério das Comunicações, se falou muito de outros também, mas não há decisão fechada.

 

Correio: Independente do cargo, pelo papel na reeleição da presidente Dilma, pela proximidade com ela e pelo capital político obtido na sucessão estadual, o senhor chegará a Brasília com assento privilegiado. Está preparado para ciumeira?

 

– Sou low profile. Vou para lá para ser auxiliar da presidenta. Aqui eu sou governador, conto com uma equipe. Na Presidência, serei parte de uma equipe. Na verdade, o sucesso que tivemos aqui só gera conversaria, não me ajuda em nada, faz apenas aumentar os ciúmes ou estimular o adversário a querer me “bater”, como o técnico de um time faz quando manda marcar o centroavante do rival. Dizem, claro, que vou chegar com moral, por ter vencido três vezes no primeiro turno. Vou colocar tudo isso de lado. Quero ficar na minha, longe do holofote. Minha assessoria sabe quantas entrevistas para a imprensa nacional eu recusei. Não me interessa isso. A generosidade e a humildade são as melhores companhias para um vitorioso. Não se pode ser mesquinho nem exibido. Não é falsa modéstia, é inteligência. Óbvio que vai ter ciúmes de quem acha que vou chegar lá assim ou assado. Vou para ser auxiliar e para me manter leal à presidenta, até porque a adoro e a respeito muito.

 

Correio: A coordenação política do governo será sua principal função, isso já foi confirmado publicamente. É a segunda vez que o senhor é convocado para cuidar da área em momento de crise, a primeira foi no auge do mensalão, agora com a crise gerada pelas denúncias na Petrobras…

 

– Cada um tem qualidades e defeitos. Todo mundo sabe que uma de minhas qualidades é ser agregador, conciliador, capaz de abrir diálogo, mesmo em situações de tensão, de encontrar saídas em momentos difíceis. Rui, por exemplo, é mais executivo do que eu, mais implementador. Dilma também. Mas você sempre tem que se cercar de quem lhe complementa, de quem tem características que se somem às suas.

 

Correio: Vai sentir falta do conforto que a vida de governador proporciona? Por exemplo, do Palácio de Ondina?

 

– De jeito nenhum. Eu sempre tive a preocupação de não me acostumar com as benesses ou com estrutura do poder, por que o poder acaba. Eu estava doido é para voltar a usar meu chinelo de dedo e pegar uma praia, mas não vou poder depois da convocação da presidenta. Óbvio que Ondina é super agradável, tem aquele espaço todo, mas meus pés estão no chão, sempre estiveram. Na verdade, vou sentir falta mesmo do contato com o povo, das visitas ao interior, de tirar foto com as pessoas. Faço muito isso, o meu pessoal me pergunta se eu não me incomodo de tirar tanta foto. Pra ser sincero, vou me incomodar quando ninguém mais me pedir isso.

Fonte: B247/Redaçã

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