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WhatsApp leva polícia a investigar seriall killer

Após 12 assassinatos em série de jovens mulheres em Goiânia, a Polícia Civil de Goiás criou uma força-tarefa com 10 delegados para apurar os crimes. Em maio deste ano, uma mensagem de voz no WhatsApp alertava que “um serial killer tem uma motocicleta preta e um capacete preto” e que ele teria matado mulheres nos setores Jardim América, Sudoeste e Nova Suíça. Apesar de ter sido negada algumas vezes a possibilidade de existir um assassino em série, o delegado titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios, Murilo Polati, admitiu no último domingo (3) que os crimes podem ter sido cometidos pela mesma pessoa.

 

Ele alega, porém, que investigações apontam que alguns crimes foram passionais e que, em alguns casos, as vítimas estavam envolvidas com drogas. O delegado afirmou, ainda, que criminosos podem estar se beneficiando da história para cometerem outros homicídios.

Todos os assassinatos foram feitos por motociclistas de capacete, mas a polícia alega que os modelos das armas e das motos são diferentes, o que dificultaria a questão de ser um criminoso só. Os crimes acontecem desde janeiro deste ano.

Junto ao áudio do Whatsapp circulou um suposto retrato falado do suspeito de matar a assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, na porta de uma lanchonete em março. A polícia do estado, porém, tem pedido aos goianos para não acreditarem nos boatos do aplicativo, que já foram reproduzidos para o Facebook.

 

A última vítima, Ana Lídia de Souza, tinha apenas 14 anos e foi morta no sábado (2) em um ponto de ônibus, atingida com dois tiros no peito.

A adolescente seguia para uma feira noturna de roupas, calçados e alimentos, onde trabalhava como ajudante em uma banca. A morte em local público, como aconteceu com a adolescente, é uma das características dos casos.

Mas a principal característica tem a ver com o assassino, que sempre está de capacete, em uma motocicleta de baixa cilindrada, mas descrita como vermelha ou preta, e de marcas diferentes. O homem se aproxima das vítimas e, em algumas vezes, pede um objeto como celular, ou não, depois atira e não leva nada, como aconteceu com Ana Lídia.

Familiares de algumas das vítimas, como da garota Ana Lídia, discordam da declaração do delegado. Em entrevista à Televisão Anhanguera, a avó de criação de Ana Lídia, Ivone de Souza, destacou que a garota não tinha namorado, nunca se envolveu com drogas e muito menos tinha inimizades.

O número de investigadores envolvidos na apuração destes 12 casos foi dobrado pela Secretaria de Segurança Pública. Pelas redes sociais, pessoas estão se mobilizando para cobrar a elucidação rápida dos assassinatos e também repassando orientações às jovens como forma de mudanças de hábito e prevenção.

Além de acelerar as investigações e evitar o pânico, a Polícia deverá se desdobrar para evitar confusões ou tentativas de fazer justiça. Recentemente, um retrato falado de um dos suspeitos de envolvimento na morte de uma das 12 jovens, disseminado em uma fotomontagem através de uma rede social, causou dor de cabeça para um consultor de vendas de Goiânia, que acabou tendo sua fotografia utilizada indevidamente junto à do motociclista suspeito, levando a crer que eram a mesma pessoa. Ele precisou denunciar o caso e se proteger contra possíveis justiceiros, andando sempre com familiares.

 

Fonte: Redação/Correio

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