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A VITIMIZAÇÃO DE MARINA É A MAIS PURA VIGARICE

A campanha de Dilma não está fazendo jogo sujo nenhum com Marina. Ao compará-la a Jânio Quadros e Fernando Collor, alude à falta de apoio político que acabou por apeá-los do poder. Nada mais
Agora é oficial: a mídia, sob razões “práticas” mais do que justificáveis, abandonou Aécio Neves e aderiu a Marina Silva.

E não era para menos. Afinal, a menos de um mês da eleição em primeiro turno, o tucano continua sendo o candidato mais fraco com quem o PSDB já disputou a Presidência.

A esta altura, o petit-comité tucano (grupelho de caciques que decide TUDO no partido) já se arrepende amargamente da imprudência de ter lançado um candidato como o ex-governador de Minas Gerais.

Aécio é um político cheio de “broncas” em seu domicílio eleitoral, famoso por levar uma vida “desregrada” e tendente a um tipo de desfaçatez que enoja o eleitorado.

Isso sem falar de outra tendência aecista, a de perseguir os críticos valendo-se das relações promíscuas que o PSDB mantém com amplos setores do Judiciário e o Ministério Público.

Com efeito, se tucano gastasse menos tempo com perseguições ridículas como a de processar seis dezenas de tuiteiros e se dedicasse mais a propor alguma coisa ao eleitorado, seu fracasso seria menor.

Enfim, Aécio já é carta fora do baralho. Todavia, é sempre bom aludir à causa de sua candidatura ter naufragado. Ele é um exemplo vivo de como um político não deve se portar.

Ou, dito de outra forma, quem tem telhado de vidro não atira pedra no telhado vizinho.

Com o coração apertado, portanto, a grande mídia já desembarca da candidatura dele e, relutante, já embarca na de Marina Silva mesmo sabendo que ela não tem uma única ideia a apresentar o país.

Sua candidatura se resume a se prontificar a atender a cada capricho do mercado financeiro. Ponto.

Começa, então, uma campanha midiática para impedir que a pessebista seja cobrada por propostas estapafúrdias como a de relegar a exploração do pré-sal a segundo plano ou por sua impressionante guinada à direita ao se aliar a viúvas da ditadura militar e a exploradores da fé cristã.

Até o fim de semana, a mídia ainda apostava na “delação premiada” para fazer os votos que Marina tirou de Aécio voltarem para ele – as denúncias do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto da Costa também atingem o PSB, via envolvimento do falecido ex-governador Eduardo Campos.

As pesquisas mostraram que só Marina foi atingida. Dilma passou pelo ataque da Veja e dos grupos de mídia que teimam em dar credibilidade às denúncias vazias da revista.

Ainda no domingo, a colunista Eliane Cantanhêde não estava preocupada com Marina. Ela e Aécio escreveram, na mesma edição do jornal, que o produto da “delação premiada” seria o “mensalão 2”. E, de quebra, atacaram Marina.

Confira, abaixo, o último parágrafo da coluna de Cantanhêde.

Até aí, nada demais. Há 12 anos que essa colunista – casada com um dos marqueteiros do PSDB – ataca o PT, Lula e depois Dilma durante seis dias por semana. Só poderia mesmo papagaiar o que o tucano da vez diz.

Contudo, vendo que Aécio está pousando em vez de decolar – usar metáforas aéreas para tratar dele, é irresistível -, a colunista e o jornal tucanos caíram em si: é Marina ou Marina, do contrário dará Dilma.

Tem início, pois, operação-resgate da mídia em prol de Marina. Essa campanha começou na última quarta-feira a partir de tentativa da Folha de descaracterizar como banqueira aquela que formulou o programa de governo marinista: a “educadora” Maria Alice Setubal, a “Neca”, sócia do banco Itaú.

Não foi difícil para o jornal publicar o afago em Neca. Por alguma razão “desconhecida”, banqueiros têm um poder enorme de despertar a solidariedade de grandes grupos de mídia…              

Fonte: EDUARDO GUIMARÃES

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