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CHINAGLIA APOIARÁ DELGADO SE NÃO FOR AO SEGUNDO TURNO

Dificuldades econômicas e crise da Petrobrás à parte, o primeiro ano político do segundo governo Dilma começa complicado no domingo, com a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado.

 

Ainda nesta sexta-feira, a bancada do PMDB deve oficializar a candidatura do atual presidente, Renan Calheiros, que não enfrenta riscos de derrota (embora no próprio PMDB tenha surgido a candidatura do senador Luiz Henrique).

 

Já a situação na Câmara se complica a cada hora, assemelhando-se à disputa de 2006, em que diante do racha da base lulista, o “azarão” Severino Cavalcanti foi eleito. E em pouco tempo caiu.

 

O candidato do PT, Arlindo Chinaglia, declarou hoje que espera chegar ao segundo turno contra o peemedebista Eduardo Cunha mas que, se isso não acontecer, apoiará o candidato do PSB, Júlio Delgado, que é o candidato as oposições, apoiado por PSDB, PPS e DEM.

 

Arlindo diz que o faria por não concordar com o tipo de campanha feito por Cunha, com seus métodos e valores. Exatamente por acreditar que Delgado pode ser favorecido pelo racha entre os governistas é que os caciques do PMDB entraram em campo para impedir que o partido se bandeasse para Cunha.

 

O peemedebista, por sua vez, continua acusando o Governo de pressionar deputados a votar em Chinaglia oferecendo cargos ou ameaçando tomá-los.

 

É certo que nas últimas semanas ele viu o adversário petista deslanchar e reduzir significativamente sua dianteira mas, hoje, qualquer previsão sobre o resultado da votação, secreta por sinal, seria altamente temerário.

 

Preocupados com as consequências, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, do PT, e o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, chegaram a tentar convencer seus respectivos partidos a reeditarem o acordo de revezamento na presidência da Câmara de dois em dois anos.

 

Como agora está terminando o mandato do peemedebista Henrique Alves, a vez seria do PT. Eles não toparam e a disputa será voto a voto daqui até domingo.

 

Depois de domingo

 

A disputa na Câmara não tem resultado bom para a presidente Dilma. Ainda que Arlindo seja o vencedor, o governo terá um derrotado e ressentido Eduardo Cunha liderando a bancada do PMDB. Se ele for o vitorioso, terá que conviver com ele por dois anos no comando da pauta da Câmara e influenciando o voto de boa parte dos deputados também em outros partidos.

E mesmo no Senado, a reeleição quase certa de Renan tem um porém. Ele pode vir a ser denunciado pela Operação Lava Jato, criando um ambiente terrível no Senado, onde sua cabeça já foi mais de uma vez caçada como prêmio pela oposição.  

Fonte: TEREZA CRUVINEL

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