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CÚPULA TUCANA AVALIA QUE IMPEACHMENT NÃO É SOLUÇÃO

Num longo almoço realizado nesta sexta-feira (27) no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, caciques do PSDB chegaram à conclusão de que o impeachment não é solução para a crise política instalada no país.

 

Na avaliação conjunta, um processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff traria um transtorno enorme ao país e à democracia.

 

“É preciso ter responsabilidade com o país maior do que qualquer projeto de partido”, resumiu ao Blog um dos presentes.

 

Além do anfitrião, o ex-presidente Fernando Henrique, estavam presentes os senadores Aécio Neves (MG), presidente da legenda, Cássio Cunha Lima (PB), líder da bancada, José Serra (SP), Tasso Jereissati (CE) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).

 

Houve consenso dos presentes de que o governo está num momento de extrema fragilidade e sem rumo.

 

No entanto, num cálculo pragmático, os tucanos lembraram que a queda de Dilma levaria o PMDB ao poder. E obrigaria o PSDB a compor uma coalizão em momento de grande dificuldade na política e na economia.

 

Nesse caso, o PSDB seria chamado para ser uma espécie de avalista, com pouca influência no processo decisório.

 

Num momento descontraído, o ex-presidente Fernando Henrique brincou com Aécio Neves: “Diante desse quadro, ainda bem que você perdeu a eleição”. Sem perder o humor, o mineiro respondeu: “Vou para casa cuidar dos meus filhos”.

 

Quanto às manifestações em favor do impeachment marcadas para o dia 15 de março, o PSDB tomou a decisão de não participar.

 

Mas alguns tucanos, como o próprio senador Aloysio Nunes – que estava no almoço -, já avisaram que estarão nas manifestações.

 

Na conversa, todos criticaram uma declaração recente do ex-presidente Lula de que poderia convocar o exército do MST para barrar as manifestações contra Dilma.

 

A fala de Lula foi classificada como “inapropriada” para o momento.

 

Na saída, o senador Cássio Cunha Lima externou sua preocupação com o momento político. Foi quando Fernando Henrique comentou: “Estamos em cima de um barril de pólvora”.

Fonte: Gerson Camarotti

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