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Bolsonaro e sua “pedagogia da estupidez”

Não bastasse tudo o que de ruim o pateta que ele colocou no MEC faz contra a educação, Jair Bolsonaro resolveu, ele próprio, dizer como deve ser o material didático dos estudantes brasileiros.

“Tem muita coisa escrita ali”, disse, referindo-se aos livros didáticos.

Para ele, recordou, bom mesmo era a Cartilha Caminho Feliz, escrita em 1948 (!!!) como se, em mais de 70 anos, não se houvesse avançado nada em matéria de ensino.

Continuaria tudo na base do b com a, bá, b com e, be.

Era necessário, talvez, para que ele, aos 63 anos, conseguisse ler e entender um texto maior que uma “tuitada”.

Para o Presidente não ficar triste, reproduzo uma das páginas da cartilha, indagando se alguma criança de seis anos, nas cidades brasileiras, tem alguma ideia do que seja um asno, exceto quando assiste as mensagens em cadeia de rádio e TV, claro.

Asno, com “A” de asneiras.

Mas Bolsonaro, na sua ânsia de ideologizar tudo, deu outra bola fora. Disse que ” governos de esquerda acabaram com o Colégio Pedro II,”

Como sou chato com essa mania de checar se há alguma verdade no que foi dito, fui olhar o desempenho do velho “CP II”.

Em todas as suas unidades – todas! – o desempenho é melhor do que a média das escolas municipais, tanto no Rio quanto em Niterói e Duque de Caxias.

Agora segure-se, Jair: o desempenho do Pedro II no Enem é até um pouco melhor que o do Colégio Militar do Rio de Janeiro, com seus 130 anos de ótima qualidade de ensino – e que nada tem a ver com estas porcarias em que botam PM de moleton para ser inspetor e confundem educação com fazer forma e cantar uma dúzia de hinos.

Botei aí embaixo a comparação, que nada tem de disputa entre ambas as instituições, públicas e de qualidade.

Aliás, das poucas que meninos de famílias modestas podiam ter à altura do que merecem em educação.

E bem acima de quem não merecemos ter como presidente.

Fernando Brito

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