Tempo - Tutiempo.net

Brasileiro é premiado pela Royal Society de Londres

TIAGO PEREIRA DA SILVA, PROFESSOR DE MATEMÁTICA APLICADA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DE COMPUTAÇÃO DA USP. (FOTO: DIVULGAÇÃO/CEMEAI-ICMC)

Desde a graduação, Tiago Pereira da Silva se interessava em estudar comportamentos coletivos. Revoada de pássaros, manifestações auto-organizadas, disseminação de epidemias. Os fenômenos são diversos e também muito aleatórios, mas parecia divertido tentar formular equações que os representassem. Foi assim que Tiago se aproximou da matemática aplicada, enquanto ainda era estudante de física na Universidade de São Paulo, onde agora é professor associado.

Logo depois de se formar, ingressou no doutorado em matemática aplicada da
Universidade de Potsdam, na Alemanha. Dez anos depois de defender sua tese, continuou produzindo pesquisas na área e concluiu cinco pós-doutorados em instituições brasileiras, inglesas e alemãs. Era o começo notável de uma carreira com reconhecimento internacional.

Depois de se tornar professor de honra do Imperial College London em 2015, Tiago foi premiado pelo programa The Newton Advanced Fellowship, da The Royal Society, instituição científica britânica fundada em 1660 que já foi presidida por Isaac Newton.

“Isso indica que estamos caminhando na direção certa”, comemora Tiago. O matemático se destacou por liderar um grupo de pesquisas do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, que conta com a parceria de pesquisadores de Nova York e da Universidade Humboldt de Berlim. Atualmente, os cientistas estão trabalhando com matemática aplicada à saúde, com foco no controle de epidemias.

O grupo desenvolve equações capazes de prever o menor intervalo de tempo possível entre o diagnóstico de uma doença e a sua transmissão, para que assim uma epidemia possa ser controlada. Os pesquisadores estudaram casos de epidemias do H1N1, no Brasil, da ebola, em Serra Leoa, da gripe espanhola, dentre outros. Este tipo de estudo impacta áreas da saúde pública ao investigar formas mais eficientes de combater doenças.

“Por também trabalharmos com pesquisadores da área de saúde, temos aprendido algo novo a cada dia”, conta o pesquisador.

“Fico ainda mais feliz por saber que o programa também é uma grande oportunidade para os estudantes de pós-graduação que trabalham no nosso grupo de pesquisa”, acrescenta Tiago, que prevê o intercâmbio entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros através do programa. No início do ano, o Brasil se tornou membro oficial do grupo da elite internacional da matemática.

POR LARISSA LOPES

OUTRAS NOTÍCIAS