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Mascote da copa criado por uma estudante Siberiana,que se inspirou no próprio cão e no Fuleco

Todos os jogos da Copa do Mundo da Rússia têm uma coisa em comum: a presença, no estádio e em todas as cidades-sede, do lobo Zabivaka, o mascote oficial do Mundial de 2018. A idealizadora dele, porém, é uma estudante da Sibéria que tem pouca ligação com futebol, mas muita com arte: seu sonho é trabalhar criando desenhos animados.
Segundo Ekaterina Bocharova, atualmente com 22 anos, Zabivaka (ou “pequeno goleador”, em tradução livre do russo) virou seu “talismã” desde 21 de outubro de 2016, quando a Fifa anunciou que sua criação venceu os outros dois finalistas na votação popular para se tornar o mascote oficial da competição.
“Eu não imaginava que tudo isso aconteceria comigo tão cedo, ainda na universidade”, escreveu ela em uma rede social na época.

O prêmio da Fifa por criar o mascote oficial foi simbólico: ao ceder os direitos autorais do simpático lobo com óculos de esquis, ela recebeu apenas 500 dólares, o equivalente a R$ 1.800 ou 32 mil rublos, a moeda da Rússia.

Patrocínios, presentes e viagens

Porém, os benefícios de ver seu nome entrar para a história foram variados, segundo afirmou Ekaterina em entrevista ao jornal “The Moscow Times” publicada nesta segunda-feira (18).

A jovem siberiana conseguiu patrocínio para se mudar para Moscou e se matricular em um curso de computação gráfica. Além disso, ela já viajou para Londres, Sochi e Moscou para participar de eventos relacionados à Copa do Mundo, e recebeu ingressos para o jogo de abertura da Copa das Confederações, realizada no ano passado.
Filha de pais que trabalham na indústria petrolífera, ela nasceu na cidade de Kedrovy, no oeste da Sibéria. Segundo o site oficial da Fifa, Kedrovy está entre os dez menores municípios da Rússia, que tem 1.114 cidades no total.

Estímulo dos professores

Antes de se mudar para Moscou, ela estudou desenho gráfico na Universidade Estadual de Tomsk, uma instituição pública fundada na Sibéria em 1878, que fica a 3,5 mil quilômetros da capital da Rússia.
Foi na faculdade que ela ficou sabendo do concurso da Fifa para definir o mascote oficial. Quando decidiu participar, ela começou a pesquisar e buscar inspiração.
“Comecei a ver exemplos de diferentes mascotes de Olimpíadas e outras competições”, disse ela ao “The Moscow Times”.
“Meus favoritos foram o tatu Fuleco, de 2014 [mascote da Copa do Mundo no Brasil] e o leopardo da África do Sul de 2010, o Zakumi. Meu cão Tyson também foi uma inspiração. Ele formou a base do Zabivaka”, afirmou Ekaterina ao jornal.

Tyson, segundo ela afirmou ao site da Fifa, é um terrier e “emprestou” as orelhas grandes ao lobinho, que foi batizado de Zabivaka pelo comitê organizador da Copa.
Seu desenho concorreu na final com um tigre e um gato, mas acabou levando 52% dos mais de um milhão de votos. O anúncio foi feito em outubro de 2016, em um dos principais programas de televisão da Rússia, com a presença de Ronaldo Nazário, o ex-jogador bicampeão da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira, em 1994 e 2002.
“Nossos professores nos incentivaram a participar da competição, mas eles não queriam dar falsas esperanças para nós. Ninguém pensou que um de nós fosse vencer”, disse Ekaterina ao site da Fifa.

G1

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