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Pontualidade, “a melhor prova de boa educação”

Alemães consideram chegar no horário uma virtude. Atrasos são tidos como falta de respeito e podem até fragilizar uma amizade. Encontros devem ser marcados com antecedência e muitas vezes têm hora para terminar.A pontualidade é ponto muito sensível para quem vive na Alemanha. Fazer alguém esperar, mesmo que cinco minutos, pode até fragilizar uma amizade. Chegar no horário combinado é uma demonstração de respeito e “a melhor prova de uma boa educação”, como descrito pelo filósofo e crítico de arte alemão Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781).

O “jeitinho” não funciona em quase nenhuma situação. Logo após a justificativa pelo atraso, vem uma bronca sincera e, talvez, pouco polida. Se algo estava planejado, era preciso cumprir. E se por algum motivo foi realmente impossível chegar no horário, é preciso avisar sobre o atraso.

Para os alemães, a frase “ah, sim, vamos combinar um jantar um dia” significa que é preciso pegar a agenda e já marcar o encontro, de preferência, com a maior antecedência possível. Muitos encontros também têm hora para acabar. É comum alguém dizer à visita: “Ok, acho que agora terminamos, vocês podem ir para a casa.” Não é falta de educação, apenas normal.

Se você marcou sua festa de aniversário para as 19h30 não espere que os convidados cheguem depois das 20h. Exatamente, às 19h30 alguém vai tocar a campainha, e você talvez ainda nem tenha acabado de arrumar a mesa. Um ditado popular alemão diz que “cinco minutos antes da hora é a pontualidade do alemão”. Nem tão cedo e nunca tão tarde é a regra.

Se o trem vai passar às 8h58, não adianta chegar às 9h. Já era. Os horários dos transportes são todo picados, e um minuto faz toda a diferença. Frequentemente, os trens atrasam, deixando os passageiros furiosos. Com algumas exceções, grandes projetos e obras também costumam ser entregues no prazo estipulado.

Para quem tem a flexibilidade como virtude ou está acostumado com o “jeitinho” fica difícil se encaixar numa vida fracionada por horários e compromissos, mas, com o tempo, entramos no ritmo da pontualidade e entendemos que, sem organização, é praticamente impossível viver na Alemanha. Há até um provérbio que diz: “Quem chega tarde é castigado pela vida.”

Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África é mestre em direitos humanos e tem prêmios jornalísticos na área.

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