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Servidores da Unicamp iniciam greve por reajuste salarial

Unicamp: alta em salários de professores e funcionários será de 2,2% — Foto: Antoninho Perri / Unicamp

Os funcionários técnicos-administrativos da Unicamp iniciaram uma greve, na manhã desta quinta-feira (6), para reivindicar aumento salarial de 8% e um plano de recomposição estimado em 15,9% para contemplar perdas estimadas desde maio de 2015, segundo o sindicato da categoria (STU). Os servidores não concordam com o reajuste de 2,2% aprovado pelo Conselho Universitário (Consu).

A mobilização começou com um ato em frente à reitoria e reuniões setoriais nos departamentos da universidade, mas uma assembleia geral deve acontecer entre 10h e 11h em frente ao prédio da administração do campus em Campinas, informou o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU). Não há balanço de adesão ainda.

Assembleia em 29 de maio

A paralisação das atividades foi decidida pelos funcionários durante assembleia em 29 de maio e a entidade que representa os servidores destaca que eles “rechaçam” o índice autorizado pelo órgão máximo de deliberação da universidade. Segundo a Unicamp, a proposta prevê aplicação do índice a partir de 1º de maio e pagamento nos vencimentos de julho, junto com os valores de junho.

O STU destacou que espera pela retomada das negociações, mas, até esta publicação, não havia reuniões confirmadas pela entidade ou pela instituição de ensino para novas discussões. A Unicamp conta atualmente com 8 mil técnicos-administrativos no quadro de pessoal. Leia nota abaixo:

O que diz a universidade?

Em nota, a Unicamp informou que todas as unidades de ensino, pesquisa e saúde estão funcionando normalmente nesta quinta-feira. Ressalta ainda que reconhece o direito de greve aos servidores públicos, desde que em consonância com a Constituição Federal. Leia nota abaixo:

1.A Unicamp, em consonância com a Constituição Federal, reconhece o direito de greve aos servidores públicos, desde que exercida nos termos e nos limites da lei.

2.A Universidade fará todos os esforços necessários para garantir a prestação dos serviços essenciais ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, de acordo com o que consta nos Artigos 11 e 12 da Lei da Greve.

3.Ressalte-se que atos de persuasão não poderão impedir o acesso ao trabalho, nem causar ameaça ou dano ao patrimônio público e às pessoas;

4.Por fim, é oportuno lembrar que o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) se comprometeu em reunir novamente com o Fórum das Seis, na segunda quinzena de outubro, caso a arrecadação do ICMS, ao final de setembro, atinja R$ 80 bilhões para uma arrecadação projetada ao ano de R$ 108.2 bilhões.

5.Todas as unidades de ensino e pesquisa e área da saúde funcionam normalmente.

Arrecadação de impostos

No dia em que o reajuste foi aprovado pelo conselho, a Unicamp divulgou uma nota na qual destaca que ficou definido um acompanhamento conjunto pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e pelo Fórum das Seis – grupo que reúne representantes de docentes e servidores da Unicamp, USP e Unesp – sobre a arrecadação do Imposto de Circulação Sobre Mercadorias pelo estado (ICMS), que tem parcela transferida para as instituições.

“Caso a arrecadação até o final de setembro atinja R$ 80 bilhões, para uma arrecadação projetada ao ano de R$ 108,2 bilhões, nova reunião das duas partes fica desde já agendada para a segunda quinzena de outubro”, diz nota divulgada no site da Unicamp. A universidade projeta déficit orçamentário de R$ 221,7 milhões até dezembro, caso esta projeção seja concretizada.

 ‘Greve inoportuna’

A Adunicamp, associação que representa os docentes, alegou que a categoria optou por não interromper as atividades.”Docentes fizeram relatos de reuniões ocorridas nos últimos dias em suas unidades para discutir o indicativo de greve por tempo indeterminado […] De acordo com informes, há uma grande indignação com o reajuste apresentado pelo Cruesp, mas também o sentimento de que a greve seria inoportuna na atual conjuntura”, diz site da instituição.

Com campi em Campinas (SP), Limeira (SP) e Piracicaba (SP), a instituição tem 1,8 mil docentes.

G1

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