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Tite só elógia desempenho dos jogadores

Tite comanda o Brasil contra a Costa Rica

O sofrimento do Brasil para vencer a Costa Ricanos acréscimos do segundo tempo foi um reflexo do que vem acontencendo na Copa do Mundo. Alemanha, Argentina, Espanha, Inglaterra, Uruguai e França também não tiveram vida fácil.

Os campeões penaram, e a seleção brasileira conseguiu sobreviver para chegar na última rodada dependendo apenas do seu resultado para avançar. Muito, na visão de Tite, por conta do segundo tempo realizado pela Seleção nesta sexta-feira, na vitória por 2 a 0 diante da Costa Rica.
“Grande segundo tempo. Deu aula. Três vezes: grande segundo tempo. Conseguiu botar volume, precisão, Navas jogou muito”

O Brasil chegou ao triunfo com dois gols marcados nos acréscimos. O primeiro, de Philippe Coutinho, aos 46. Na comemoração, Tite caiu e rolou pelo gramado. Sentiu a lesão, tanto que deixou a sala de imprensa mancando.
– Me fisgou. Não é contratura. Fisgada também não é. Rompeu a fíbia. Não consigo andar direito. Na hora da comemoração, estávamos criando volume, toda uma situação. Time focado, criava, oportunidades, tudo que queríamos desde o primeiro tempo. No segundo estava acontecendo, não é possível, tudo que a gente está fazendo e não sair gol, o Navas tirando tudo, a gente não acredita!
“Quando saiu o gol, o Ederson me bateu, aí quando eu vi o Cássio me bateu também, aí ferrou. Eu ia lá comemorar junto, mas não deu”
 
Tite leva um tombo na comemoração do primeiro gol do Brasil

O Brasil enfrenta a Sérvia nesta quarta-feira, às 15h (Brasília), na última rodada do Grupo E.
Outros trechos da entrevista coletiva de Tite

Jesus e Firmino juntos

“A gente tem um tempo junto com os atletas, e as características fazem com que você possa arriscar a execução de uma função. Estudamos bastante o Firmino na posição que ele tem, o adversário com uma linha de cinco e uma de quatro. E nisso estão inseridas as virtudes que ele tem ali. Conversamos, não treinamos, mas preparamos o atleta para essa função. Chamei ele: ‘A gente vai criando algumas alternativas táticas’. Quando mostrei para ele no quadro ele abriu um sorriso: ‘Professor, eu gosto de jogar ali, eu tenho essa condição’. A gente está descobrindo as características do atleta”.

Segundo tempo
 
“Grande segundo tempo. Deu aula. Três vezes: grande segundo tempo. Conseguiu botar volume, precisão, Navas jogou muito. Primeiro tempo não, início nervoso, errando passe. Segundo tempo retomou, errando passe. ‘Domina bem pra passar bem, e aí vai poder criar as oportunidades’. Douglas tem amplitude na direita e na esquerda, com a entrada do Firmino a gente tem o Fagner construtor e cinco mais enfiados. Outra coisa que eu preparei foi: ‘Vou ter problema com o Fagner, boto Marquinhos e Fernandinho pra fazer a função. Não precisou’. Não imaginava que ia acontecer isso com o Danilo, no último lance do treino”.

Queda na festa

“Me fisgou. Não é contratura. Fisgada também não é. Rompeu a fíbia. Não consigo andar direito. na hora da comemoração, estávamos criando volume, toda uma situação. Time focado, criava, oportunidades, tudo que queríamos desde o primeiro tempo. No segundo tava acontecendo não é possível, tudo que a gente está fazendo e não sair gol, o Navas tirando tudo, a gente não acredita! Quando saiu o gol, o Ederson me bateu, aí quando eu vi o Cássio me bateu também, aí ferrou. Eu ia lá comemorar junto, mas não deu”.

Neymar

“Toda a individualidade aparece se o conjunto estiver forte, é desumano colocar a responsabilidade em um atleta. Eu tenho que assumir a minha responsabilidade, o Sylvinho, o Douglas Costa para a individualidade surgir. O Neymar ficou três meses e meio parado e a partida anterior foi a primeira. Ele é um ser humano, precisa de tempo para retomar o padrão alto. Mas antes de um padrão alto, precisa de um time forte, de não ser dependente.”

Choro do craque
 
“Eu não conversei com o Neymar. Vou para a minha parte até baixar a adrenalina, só tive contato com Coutinho. Nem vi esse lance, não tenho como fazer a avaliação. Mas uma coisa eu posso te falar: a alegria, a satisfação e o orgulho de representar a Seleção é muito grande. Ele tem a responsabilidade, a alegria, a pressão e a coragem pra externar esse sentimento. Eu, por exemplo, sou um cara emotivo, mas cada um tem a sua característica. Eu respeito as características de cada um”.

SOFRIMENTO DOS RIVAIS

“Não posso falar dos outros. Não assisti a nenhum jogo e poucos gols eu vi tamanha é a tensão, responsabilidade, alegria de equilibrar tudo. O impacto da necessidade de vencer dá uma dimensão grande. Assisti a muito pouco dos jogos para avaliar. Tem um componente emocional muito forte, concentração, não desesperar, botar volume, volume, volume, avaliar por vezes desgaste do adversário ou não. Volume ou queda para ganhar tempo. Pensei que era 95min e deu 97min. Essa capacidade mental que essa competição exige”.

Colocação no grupo

“A busca de ser primeiro não está em pauta. Vejo a equipe consolidar e crescer, vai se construindo ao longo da competição. Eu como técnico tenho que ficar observando para oportunizar a construção dessa equipe. Se fosse uma equipe que nos dois jogos teu goleiro fez duas defesas, tu quer que tenha essa consistência defensiva? Sim. Quer a atuação ofensiva dos dois jogos? Sim. Mas quer a precisão desses dois jogos? Sim! A bola passou no meio das pernas do Navas, então bota aí a precisão. Em termos criativos e de construção, (a Seleção) está devendo. Precisa ser mais equalizado, equilibrado”.

Uso do VAR

“Tanto pode dar como pode não dar (pênalti no Neymar). Eu, Adenor, não o Tite técnico. Com uma pitada a mais do que o Gabriel, que eu falei que era de interpretação. Se sou eu o árbitro, cal. Se sou eu, não volto. Mas respeito porque é passível de interpretação. Não precisamos de arbitragem para vencer jogo, queremos que seja justa. Tal qual foi olhado agora, que tivesse sido olhado antes. E interpretem da forma que quiserem, mas olhem, sejam iguais para todos. Para mim, Adenor, é pênalti. Aquele do Gabriel eu até não daria. O Brasil não quer auxílio, os atletas e o técnico não querem. Quer ganhar sendo mais competente”.

Coutinho

“Quando você fala de Coutinho, fala de equipe. Quando fala que vem dois caras dar entrevista coletiva, é porque é uma equipe de trabalho. Esse é o desafio do futebol: encontrar individualidades que se potencializem, inclusive Coutinho, Neymar, os dois zagueiros que jogaram muito e outros que surgirem ao longo dos jogos”.

Liderança

“Nessa situação de ritmo, a equipe ainda precisa encontrar. Mas ela não tem uma liderança de botar a bola no chão, ela está diluída. Esse é o sentido da braçadeira, a liderança técnica é de Coutinho e de Neymar… ela tem diferentes componentes. Ainda está procurando encontrar esse meio termo”.

Sofrimento

“A gente explica que é Copa do Mundo, parceiro. A margem de erro é muito pequena. Ontem (quinta), as três equipes favoritas venceram por 1 a 0 em jogos importantes. O que eu trago para o Brasil é essa consolidação e crescimento, a equipe se forma campeã. É confirmar e crescer, mas o grau de dificuldade exige, o aspecto emocional é bastante forte”.

Poupar?

“A necessidade do Neymar, assim como a do Coutinho, do Douglas Costa, é da circunstância do jogo. Mas não é para poupar ninguém, na Copa do Mundo não se poupa ninguém”.

Arbitragem
 
“Em relação à arbitragem, o técnico é ético e nunca vai falar publicamente, mas tem a noção exata do que deve ser feito. Aliás, fiquei contente que a equipe não reclamou. Inclusive, no primeiro jogo pedi pra ela: “Não reclamem”. Tive uma reunião com o Seneme e ele falou: “Não reclamem, deixa para arbitragem”. Só vai lá e olhe. Se decidiu dar ou decidiu não dar, que olhem. O do Gabriel fica claro de frente para o gol, o toque dele retira dele a possibilidade de finalizar. Pra mim, é pênalti. Se foi olhar lá e não deu, isso é justiça”.
 

Jogar por empate

“Nós estamos acostumados a bom desempenho e procurar vencer. Tem um DNA da equipe se formando, ela busca o gol. Se eu trouxer uma característica diferente a gente vai sair do padrão. Claro que a gente tem consciência do que possa vir, mas a gente não vai jogar para isso. Quando fez o primeiro gol (contra a Suíça), a equipe baixou um pouquinho, eu falei: “Segue!”. É característica da equipe procurar o gol sem ficar desequilibrada”.

Tossiro Neto

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