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ANS sabia desde 2017 de sucateamento da Unimed na Bahia, denuncia AHSEB

UNIMED

A Agência Nacional de Saúde (ANS) sabia desde 2017 que a Unimed Norte Nordeste estava sucateada, inadimplente e com atendimentos prejudicados. A denúncia foi feita pelo presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), Mauro Duran Adan, ao Bahia Notícias.

A entidade acusa a Agência de não tomar atitudes na medida e no tempo certo no caso para minimizar ou resolver as irregularidades da operadora, que segundo a AHSEB levaram à suspensão de atendimento dos usuários por falta de pagamento aos hospitais, clínicas e laboratórios.

“Sabemos que hoje são perto de 12 mil usuários na Bahia. Que estão completamente desassistidos por uma única razão: a Unimed Norte Nordeste não paga a rede, não está pagando ninguém.

E essa crise já se estende por quase três anos”, acusou Mauro Duran Adan.

A Unimed Norte Nordeste está com atendimentos suspensos na modalidade urgência e emergência nos principais hospitais credenciados em Salvador.

Mesmo as unidades de saúde que aparecem na lista da rede credenciada, disponível aos usuários do plano, não estão fazendo os atendimentos.

Na semana passada o Bahia Notícias entrou em contato com o Hospital São Rafael, Hospital Evangélico da Bahia, Hospital da Bahia e o Hospital da Cidade e confirmou a informação de que o atendimento para o plano estava suspenso.

A AHSEB informou que quando começaram os problemas de inadimplência, em 2017, se reuniu com a direção da Unimed Norte Nordeste.

Em 2018 também houve encontros para tentar chegar a uma resolução para o problema. No entanto, em 2019 não aconteceram encontros. Apesar dos esforços da Associação de Hospitais, a diretoria da operadora de saúde “ficou ausente e se esquivou” de receber a entidade.

Na visão do presidente da associação, uma medida eficiente que poderia ter sido adotada pela ANS é a utilização da reserva técnica que a Unimed tem junto à Agência.

Mauro Duran explica que cada uma das operadoras de saúde possui esse recurso aplicado junto a ANS a fim de garantir a operação.

“Se isso tivesse sido feito, parte desse recurso tivesse sido destinado a pagar os prestadores de serviço, os hospitais, clínicas, laboratórios e médicos, provavelmente hoje nós não estaríamos sem atendimento”, analisou Mauro ao frisar que as primeiras notificações à Agência Nacional de Saúde foram feitas há três anos.

O presidente da AHSEB também criticou os retornos da ANS às solicitações feitas pela associação ao classificar os servidores como “muito vagos, muito protocolares”.

“Diziam que estavam apurando, que iriam apurar. Mas as coisas muito lentas para acontecer. Ele retornaram a correspondência seis meses depois que a gente enviou. Mas respondiam com respostas que não diziam nada”, reclamou o administrador.

Jade Coelho

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