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Câmara do Rio suspende recesso para discutir impeachment de Crivella

PREFEITO CRIVELLA PODE PERDER O MANDATO

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro suspendeu extraordinariamente o recesso e discute, a partir de hoje (11), o futuro do prefeito da capital, Marcelo Crivella (PRB).

Dezessete vereadores de oito partidos de oposição conseguiram interromper o recesso para por em discussão e  votação o processo de impeachment de Crivella.

A votação deve ocorrer amanhã (12).

Desde ontem (10), Crivella vive dias decisivos. A batalha começou com os pedidos de impeachment contra o prefeito, que governa o Rio há um ano e meio. Os vereadores querem debater a conduta dele.

Em reunião no Palácio da Cidade, na semana passada, Crivella ofereceu a líderes religiosos ajuda para realização de cirurgias de catarata e varizes, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para os fieis.

O prefeito também indicou a possibilidade de colaborar com os religiosos para a obtenção de isenção legal de pagamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para seus templos.

A bancada de oposição está confiante na mobilização popular para lotar as galerias da Câmara e, assim, pressionar vereadores indecisos, que possam estar descontentes com a condução de Crivella.

A aprovação do impeachment depende de  34 votos favoráveis para iniciar o processo. Os parlamentares da base de Crivella classificam a iniciativa de eleitoreira e garantem que ela será derrotada por ampla margem de votos.

Segundo os oposicionistas, o “pecado” de Crivella foi ter realizado um encontro, no último dia 4, com fiéis evangélicos dentro do Palácio da Cidade, uma das sedes oficiais da prefeitura.

Há gravações de áudio e vídeo com registros de que o prefeito ofereceu vantagens como cirurgias de catarata, varizes, vasectomia e até mesmo a isenção de IPTU para igrejas evangélicas.

Volúvel

“A base aliada do prefeito é muito volúvel. Ele não tem uma base orgânica, como o ex prefeito Eduardo Paes tinha, de 18 vereadores.

O Crivella foi eleito com apenas três vereadores de seu partido. Então, a composição de maioria na Câmara depende sempre de muita negociação”, disse o vereador Renato Cinco (PSOL).

Porém, o líder da bancada governista, vereador Dr. Jairinho (MDB), sustenta que tudo aconteceu dentro da normalidade, e que não representa motivo sério para o impeachment de Crivella.

“Não tem motivação para impeachment. Isso é um processo eleitoreiro. Estão querendo fazer um palanque político.

Ninguém viu motivação grave para isso. Estamos passando por um momento tão difícil no Brasil, aí o cara faz uma reunião para poder orientar, e vai tomar o impeachment?

Não é razoável”, assegurou Jairinho.

Agência Brasil

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