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Pesquisadores estudam reações de corais em contato com óleo retirado em praias

Corais foram misturados com óleo retirados de parias da Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Pesquisadores do projeto Coral Vivo, em Arraial D´Ajuda, que fica na cidade de Porto Seguro, estudam os impactos do óleo que atingiu o litoral do nordeste para os corais.

“Como aqui é a maior região de biodiversidade marinha, então é um ponto importante e representativo no Atlântico Sul de biodiversidade, de recife de corais, de peixes, de produção pesqueira. A gente entende que o principal construtor, que é o coral, que é uma espécie de coral brasileira, que era importante ver como ela [coral] responde de frente ao óleo”, disse a coordenadora do projeto Coral Vivo, Flávia Guebert.

O primeiro experimento feito no laboratório da base da praia do projeto Coral Vivo consistiu em colocar pólitos, que são pequenos pedaços de corais vivos, dentro de um aquário com água do mar.

Uma parte dos corais foi submetida a uma camada gordurosa do óleo transparente. A outra foi misturada com um petróleo cru, que foi recolhido em Salvador.

O resultado do experimento apresentou que o coral que estava no aquário que tinha a camada gordurosa morreu em 10 dias, já os parrachos que ficaram misturados com o óleo, por 24 horas, morreram em dois dias.

Os corais foram analisados por um equipamento. “A gente consegue ver através da fotossíntese se o coral está sendo afetado ou não pelo óleo, que através dessa máquina, ele emite um aspecto fotômetro e recebe a quantidade de fotossíntese, de luz, que ele consegue absorver”, explicou o mestrando em microbiologia, Diego Mendonça.

Após a chegada das manchas de óleo na região do sul da Bahia, os pesquisadores resolveram fazer um segundo experimento. O primeiro passo foi misturar os corais com os óleos retirados na praia de Mucugê, que fica em Porto Seguro.

O resultado da pesquisa mostrou que os corais reagiram positivamente quando foram colocados em contatos com o óleo, produzindo um muco capaz de expulsar a substância.

“O resultado é muito positivo e a gente tem visto e tem que acreditar que a partir de toda literatura que a gente sabe, que nossos corais são resilientes, então eles são fortes. É importante a gente lembrar que eles [corais] têm uma população de microbióticos em volta deles que podem ajudar a minar esse óleo”, disse Flávia Guebert.

No segundo experimento, corais reagiram positivamente após contato com óleo — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
No segundo experimento, corais reagiram positivamente após contato com óleo — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

 G1

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