Deparei-me com um verdadeiro ato de autofagismo profissional, quando em matéria jornalística, se é que assim podemos chamar, em site local, constatamos texto que defende os vereadores diante dos transtornos provocados pelas chuvas em Feira de Santana que terminaram causando uma vítima fatal.
A insanidade da reportagem que tenta penalizar a população por cobrar a falta de ações legislativas é uma inversão de responsabilidades.
É na menor das hipóteses um quadro dantesco do que se tenta montar visando distorcer a realidade dos fatos
Quando na realidade, a inoperância da maioria dos vereadores diante do gestor é ocasionada pela legítima subserviência, construída nas negociações de cargos e outras inúmeras benesses produzidas pelo prefeito, quando não cobradas ou até mesmo chantageadas pelos edis a depender da força política do alcaide.
Em virtude da péssima administração que ocorre no município de Feira de Santana a mais de vinte anos, no que diz respeito à falta de infraestrutura básica, e essa leniência dos eleitos fiscalizadores da aplicação dos recursos públicos, os problemas persistem sob os cúmplices olhares do legislativo, que renunciaram seus deveres por trinta dinheiros.
Entretanto, esses vampiros na tentativa de não perder o seu estoque de sangue encenam uma proteção fictícia e se voltam contra os seus protetores, passando a falsa impressão que sempre estiveram na defesa das necessidades da população.
Esse choque não é inevitável, a encenação sim. Passado alguns dias, todos estarão acomodados no mesmo invólucro, fazendo campanha e pedindo voto um para o outro.
O prefeito é o senhor dos anéis, os vereadores o seu trono, o povo a massa de manobra que será modelada conforme suas vontades.
Os responsáveis pelos malefícios provocados pelas águas no município, são os vereadores, pela obediência canina à vontade do prefeito, e este, através da irresponsabilidade na aplicação dos recursos públicos.
Carlos Lima
