No dia de ontem, terça-feira, 15, representantes da Associação Cultural Moviafro se reuniram com o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Edson Borges, para discutir assuntos relacionados a Micareta de Feira de Santana.
“Ficou acertado que, nos próximos dias será divulgado o Edital Pérola Negra, específico para o incentivo financeiro dessas entidades.
É semelhante ao Programa Ouro Negro, do Governo do Estado”, pontuou Val Conceição, presidente da Moviafro, que representa 24 entidades de matriz africana.
Também ficou estabelecido que o Circuito Quilombola passará a ser chamado Espaço Pérola Negra.
Mesmo tal representatividade era preciso uma maior discussão e não aconteceu.
O programa Pérola Negra faz parte do processo de requalificação das entidades de cultura de matriz africana de Feira de Santana, é de vital importância para o movimento, mas mudar o nome do circuito, nada justifica.
Participaram da reunião, Gilson Zulu, vice-presidente da Moviafro e Dete Lima, presidente do conselho fiscal da Moviafro.
O nome do circuito QUILOMBOLA era mais enigmático, mais incrustado no inconsciente coletivo do povo baiano e brasileiro, do que a mudança realizada, para Pérola Negra.
Pérola Negra é uma joia existente, independentemente da raça negra, nada tem a ver com os movimentos negros, a não ser a cor
Quilombola é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.
Mais de duas mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988.
Tais comunidades estão dispersadas pelo território brasileiro nos estados de Pernambuco, Paraíba, Pará, Bahia, Maranhão, Amapá, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.
O termo quilombola vem do tupi-guarani cañybó e significa «aquele que foge muito».
Foi uma atitude impensada a mudança do nome do circuito.
cljornal com informações da Secom
