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Retorno de Luciano Ribeiro não é Bíblico, mais é um sinal/por Carlos Lima

A posse. Tudo começou nesse momento

O retorno de Luciano Ribeiro é um sinal claro que o prefeito Colbert Martins, tenta construir uma governabilidade independente da influência e controle do seu atual líder político José Ronaldo de Carvalho.

O MDB articula eleger uma bancada que seja bem articulada no legislativo feirense, para no mínimo, equilibrar a provável influência, que possa ser exercida pelo ex-prefeito.

A presença de vereadores do MDB, anteriormente inexistente, não era um problema para Colbert porque ele aceitou às condições de repartir o governo com o ex-prefeito, os vereadores aliados tinham um histórico de dependência com José Ronaldo e mantiveram  submissão política, tirando proveitos políticos e pessoais.

Pensando na reeleição o prefeito mantém a subserviência administrativa, a quem deve sua posição atual. No entanto, articula nas entranhas apodrecidas do poder, o momento certo de fazer a assepsia do ambiente.

Livrando-se das amarras do DEM, leia-se ex-prefeito. O presságio é de que sendo reeleito, o prefeito Colbert vai assumir uma nova postura política.

A provável execução desse projeto vinha sendo construído sigilosamente. Mas como diz um proverbio islâmico; “As ações devem ser julgadas de acordo com as intenções”.

O ex-prefeito Luciano Ribeiro (MDB) de histórico político ilibado e aliado de Colbert, ao declarar que será candidato a vereador pelo seu partido nas eleições desse ano, desnudou as intenções.

Ao observarmos filiações que fortalecem eleitoralmente a chapa de vereadores do MDB. Cria possibilidades reais de fazer uma bancada forte e representativa.

Fica claro que Colbert prepara o “pulo do gato”.

Obtivemos a informação que a intenção é eleger ente quatro e cinco vereadores. Com a reeleição seria mais fácil conseguir a adesão de mais sete ou oito vereadores através de negociação.

Fato que neutraliza o poder de José Ronaldo no Legislativo feirense, e lhe daria a independência desejada.

Com a reeleição, teria o que negociar, enquanto o ex-prefeito dependeria apenas de sua liderança, já fragilizada.

Liderança sem poder é como éter, evapora facilmente.

Nesse grupo liderado pelo ex-prefeito tem desafetos que esperam apenas uma oportunidade para desferir o golpe fatal.

Para a maioria dos candidatos, que se consideram liderados do ex-prefeito, seus interesses são pontuais, votos. Depois do processo eleitoral os interesses serão outros.

Hoje fazem festa com o seu nome, amanhã festejarão Colbert se for reeleito. Terão o argumento que estão no mesmo grupo, apenas em situação diferente.

O descarte de José Ronaldo é uma consequência da sua perda de decisão e poder. O fato não será abrupto nem demasiadamente lento.

A maioria dos edis esperam apenas vencerem as eleições, serem  diplomados e empossados.  O resto se discute depois.

Essa eleição municipal em Feira de Santana poderá ser o início do fim de duas décadas de controle político sobre o comando do ex-prefeito, tudo depende de como ele vai conseguir superar o momento atual.

Não se descarta que até uma derrota nas eleições pode mantê-lo com condições de retornar, se essa for as suas pretensões. Caso não esteja pensando em aposentadoria.

Lembra-se de Colbert pai e José Falcão. Uma eleição Colbert vencia, na outra, José Falcão, e assim foi por muitos anos.

Os desafetos “internos” da liderança de Ronaldo nunca estiveram tão perto de agir como agora.

Carlos Lima

 

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